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domingo, 18 de dezembro de 2011

Crítica - Gia

O melhor de Angelina Jolie


Não tenho certeza se foi na abertura da sátira a Star Wars feita pelo Frango Robô ou Uma Família da Pesada em que eles engraçadamente desvirtuam o assunto do texto (aquele em perspectiva no espaço) pra divagar sobre coisas nada a  haver com Star Wars e comentam de um filme em que Angelina Jolie aparecia nua e ainda transava com outra garota. Foi o suficiente pra que eu procurasse Gia que é de 1998. Sim, Angelina Jolie aparece nua e transa com outra garota, a saber, a bela Elizabeth Mitchell da famosa série picareta Lost e de V (de vergonha).

Se você também não tinha ouvido falar, saiba que se trata de um filme pra tv, mas não de qualquer e sim coisa da HBO e que também conta um história real, a da modelo Gia Carangi. Ok, também nunca tinha ouvido falar de Gia Carangi, mas é um mundo em que sou mesmo leigo. Apenas posso supor a importância do tema pra quem se identifica com o universo da moda. Mas não temos aqui um filme propriamente "fashion" e nem mesmo um melodrama regado a açucar. Michael Cristofer que havia sido um dos roteiristas de As Bruxas de Eastwick, dirige este Gia mesclando documentário e dramatização. Tem qualquer coisa que promete ser chato, mas um  pouco de atenção e a coisa engrena. Carregado mesmo pela melhor interpretação de Angelina Jolie da descolada menina bonita que se torna uma das primeiras supermodelos do mundo. Molecona, doce num momento e desconectadamente irascível  em outros, era assumidamente lésbica num tempo em que isso poderia soar condenável. Gia exalava autenticidade e ímpeto nos menores trejeitos ao mesmo tempo com picos de inocência. Em nenhum segundo parecia em sintonia com a realidade formal, mas patinava sobre a própria. Era algo quase desarranjado.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Crítica - Tempo de Glória (por Urbano)

Glória esquecida

É interessante como as pessoas se referem a filmes com mais de 10 anos sintetizando todos eles a "eu assisti na Sessão da Tarde." Isso, filmes que NUNCA passaram na Sessão da Tarde. Meu comentário é apenas um apontamento ao quanto anda crescendo uma mentalidade pasteurizada. Afinal, que importância teria se foi ou não na Sessão da Tarde?  apontamento tolo desse tal de Urbano.

Então vamos a um mais relevante: o quanto você ouviu falar do filme Tempo de Glória? pois é. A internet nos traz essas surpresas que foram novidade há mais de 20 anos. O diretor Edward Zwick reuniu Denzel Washington, Morgan Freeman, Cary Elwes e Matthew Broderick no papel de sua vida: a do coronel Robert Gould Shaw, liderança do primeiro regimento de negros que lutou na sangrenta guerra civil dos EUA.

Um pouco de história
Sim, eu posso concordar no quanto os americanos não prestam e tal. Mas há muito que isso deixou de ser sinal de anti-alienação. Se olhar a história com atenção suficiente, não sobra muito país mocinho, apenas quem ganha e quem perde. A guerra civil foi de 1861 a 1865 e vencida por Abraham Lincoln que era contra a escravidão. Apenas 19 dos 34 estados tinham a escravidão proibida e o sul não queria abrir mão de seu recurso lucrativo de trabalho braçal na agricultura. 11 estados formaram a Confederação que tentou derrubar a União (de Lincoln). Os dois lados começaram a montar seus exércitos e, no caso da União, os negros poderiam se alistar e serem pagos, o que era certa "vantagem" já que mesmo livres, era difícil conseguirem uma renda. E isso só foi possível porque houveram baixas demais e precisavam de homens. Ou seja: não eram bem recebidos pelas forças de Lincoln. Até pra lutar por sua dignidade ao lado dos próprios anti-escravistas foi uma coisa difícil pros negros conseguirem.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CRÍTICA - Temple Grandin

Que bom que você existe, HBO!

Pois é amigos, o mundo pode estar sendo tomado por "ô manolo" e "massa véio" da vida... mas existe uma resistência pro entretenimento inteligente que consegue enxergar por cima do imenso muro de mentalidades neobobices que se nutrem com a internet. Se há na indústria uma preocupação em agradar massas (quantidade significa dinheiro) nivelando por baixo com fórmulas mastigadíssimas, HBO é um oásis onde podemos nos divertir sem sermos ofendidos. As vezes a ousadia se traduz em sexo e violência (que graças a boa maestria da HBO é sempre dentro de um contexto) outras vezes em contar uma história que em tese, teria pouco atrativo. Por exemplo,  o que diabos é Temple Grandin e por que eu pararia pra assistir isso?

Claire Danes (Exterminador do Futro 3) interpreta a história real da autista Temple Grandin. Se de cara você se afasta porque um tema "história real" envolvendo drama e doença é promessa de firulas, exageros, chororôs e acima de tudo um filme chato, tô contigo. E por isso mesmo fiquei fisgado já que o filme passa longe disso. Sim, Temple é autista, sua dificuldade de comunicação é enorme e ela ainda lida com uma coisa do qual eu não tenho a menor afinidade: criação de gados. A direção de Mick Jackson te carrega pela história fazendo uso de gráficos bem simples e dinâmicos pra gente entender como é a visão da Temple.

sábado, 9 de abril de 2011

Crítica - Jogo de Poder (por Urbano)





O cinema mostrando como uma história real pode ser chata.


A parte Michal Moore (adoro o trabalho dele) e Zeigsts da vida, há praticamente um concenso das traquinagens do governo Bush. Uma secção específica dessa história enfoca a questão das inexistentes armas de destruição em massa que "justificou" a invasão do Iraque. Isso foi muito bem mostrado no filme pouco visto Zona Verde, ótimo trilher com Mat Damon. Fair Game de Doug Lima, diretor responsável por superestimados filmes como Identidade Bourne e o chatíssimo clicherento Sr. e Sra. Smith que, vá lá, fez sucesso, consegue se superar no marasmo mesmo tendo uma história interessante (a ponto de virar um filme pra cinema? não sei...)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cinema - 127 Horas (por Márcio Quintella)

Tirando a Carreira do Buraco ?


Todo diretor gosta de imprimir sua marca nos filmes que dirige. Com Danny Boyle também é assim. O diretor de Cova Rasa, Trainspotting e Quem Quer Ser Um Milionário gosta de cenas com cortes rápidos, “videoclipadas”, com um impacto de cores fortes, e blá, blá, blá. Talvez isso não deponha contra seu mais recente trabalho, 127 Horas, que narra o sufoco pelo qual passou o montanhista, ciclista, praticante de rapel Aron Ralston durante o período que dá o título ao filme, baseado em seu livro, Between a Rock And a Hard Place. Se a obra cinematográfica é fiel à literária ainda não sei, pois o livro só será lançado no Brasil em março desse ano.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Crítica - A Última Estação (por Urbano)



Bem tostado! (Ok, essa foi ruim....)




A primeira imagem que me vem quando penso no nome Tolstói é de um livro verde com uma foto mal recortada na capa, bem antes da era photoshop. Era do meu pai. Não fazia idéia de quem era Tolstói até a vida adulta e sempre o associei a uma coisa séria e pesada.

The Last Station dirigido por Michael Hoffman (Sonho de Uma Noite de Verão) dá uma boa desconstruída na minha impressão infantil de Leon Tolstói (aqui o Christopher Plummer) apresentando o  pensador ambíguo por vezes, brincalhão, teimoso e muito carismático.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CINEMA - Incontrolável (por Márcio Quintella)

Mais Um Filme Com a Marca "Tony Scott"

Acho Tony o mais fraco dos irmãos Scott. Ridley, o mais velho, é um vencedor nato, haja vista Os Duelistas, Alien, Blade Runner, e isso sem contar com o premiadíssimo Gladiador ! Apesar disso, Tony tem em seu currículo filmes como Top Gun, Um Tira da Pesada II, Maré Vermelha, Inimigo do Estado e O Sequestro do Metrô 1,2,3.
Em seu trabalho mais recente, Incontrolável, inspirado numa história real (no estado da Pensilvânia, um trem desgovernado ameaça descarrilar na cidade operária de Stanton, carregado de substância tóxica), Scott conta mais uma vez com a competente ajuda de Denzel Washigton, com quem ele já havia trabalhado em Deja Vu, Chamas da Vingança e os citados anteriormente Maré Vermelha e O Sequestro do Metrô 1,2,3. A química parece que deu certo, já que o filme joga na tela o drama e o suspense pelos quais passaram todos os que se envolveram nesse episódio, prendendo a atenção de forma radical, uma vez que o personagem principal se mantém firme em seu propósito de se esborrachar e causar uma dos acidentes ferroviários de maior expressão nos EUA.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Crítica - A Rede Social







Ídolo inescrupuloso


Encontrei uma prima que não via há de 10 anos numa festa. Conversei com ela e na despedida, na intenção de facilitar contato, perguntei se  estava no orkut. A resposta em tom de arrogância (a força é poderosa em minha família) foi de que não queria saber desse negocinho de ficar no computador! que preferia encontrar as pessoas de carne e osso, que esse negócio de ficar isolado numa máquina não está com nada etc, etc, etc... Ok prima. Daqui há 10 anos a gente se esbarra de novo...

Apenas este ano de 2010 eu entrei no Facebook. Demorei. Demorei também a possuir um messenger (até hoje uso bem pouco) a ter blogs, a entrar no twitter e até o próprio orkut. Ainda não uso android e me dei conta de que demorei até mesmo a ter um celular. Tudo partindo do princípio de que não precisava dessas coisas. O que é verdade em certo sentido, mas na minha profissão, isso não é nada menos que essencial. E pra facilitar contato com as pessoas, sim, isso é essencial pra qualquer um civilizado.  Continue lendo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Crítica - O Garoto de Liverpool







 Apenas bom.


Filmes biográficos são um modo fácil e por isso mesmo muito válido pra gente conhecer mais as personalidades e as circunstâncias que ajudaram a moldá-las. Claro que os fãs dos Beatles já conhecem a história da adolescência de John Lennon, e é sim uma coisa intertessante de se contar ao mundo. Quem escreve aqui não tem a paixão por Beatles, mas quanto mais conheço, mais respeito a revolução ímpar que a banda causou.

Pra quem não é fã, surpresa em saber como era o comporatamento da mãe de John Lennon, o modo e os motivos porque ela o abandonou e a abrupta quebra do drama.

sábado, 6 de novembro de 2010

SÉRIES - Spartacus Sangue e Areia







Balde com água, pano de chão, desinfetante e esfregão!



Há quase um ano a TV trouxe uma boa surpresa que acabou afastando pessoas como eu por exemplo. O motivo é que a série Spartacus Blod and Sand trouxe uma estética descarada do filme 300. O primeiro episódio desfila clichês, canastrice do elenco inteiro e uma violência tão escancaradamente falsa e exagerada que era risível. Porque insistir assistindo então? porque haveria algum respeito histórico ou efeitos especiais ou... nada disso. Falando de coração? porque um amigo garantiu que Lucy Lawless, a linda atriz de Xena, iria aparecer nua.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Crítica - The Runaways - Garotas do Rock





Sanduíche -iche-iche-iche-Cherry Bomb!


Kim Fowley, uma figuraça icônica da produção do rock até hoje, é apresentado a Cherrie Currie nos anos 70. Ela, menina boa de subúrbio, mas a peça que faltava pra uma idéia de vanguarda na época: banda pesada com mulheres. Na verdade meninas mesmo. Fowley é um tipo mestre Yoda bizarro da música e ensina os truques da Força até que elas tenham um nível de agressividade e sensualidade independente pra intimidar e se  fazer valer num mundo de homens berrantes.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

TRAILER - Bruna Surfistinha

Garota software (tô ciente que vão copiar)
Deborah Secco (e a todo vapor... ok, essa  foi ruim ...) tentou ficar menos bonita pra interpretar Bruna Surfistinha. Funcionou não, os quilos a mais deixaram ela bem gostosa. Bruna é uma designer gráfico, ilustradora... ops, desculpe a confusão, prostituta que escreveu detalhes de seu trabalho como outro qualquer e de sua vida, e ficou famosa por isso. Aproveito  é conto que um amigo meu foi cliente da moça e... gostou do investimento não... enfim, estarei lá pra conferir o filme!



Veja também:
Playboy "homenageia" Saramago
Crítica de O Preço da Traição

sábado, 3 de julho de 2010

TRAILER - Tropa de Elite 2

O excepcional filme Tropa de Elite ganha uma sequência e sim, não sou patriota nem nada parecido,mas estarei no cinema  pela qualidade de tudo que essa gente já provou ao planeta e a atuação incrível de Wagner Moura e elenco. Aos que ainda duvidam do cinema nacional... sinto muito.

domingo, 28 de março de 2010

CINEMA - Criação

Diretor com medinho...

Li que houve como de praxe um movimento raivosinho daquela gigantesca rede famosa por integrantes pedófilos quando do lançamento do filme Creation nos EUA. Eles podem ficar descansados e irem comprar pirulitos, pois o filme sobre Charles Darwin interpretado com certa competência por Paul Bettany  chega a ser bonito e, se você ultrapassar a vagarosidade dos 20 minutos iniciais, ele funciona, mas não é nem de longe um filme ousado. Na verdade sua maior virtude tem haver mais com a arte do que qualquer discurso; a trilha sonora. A encantadora música de Christopher Young consegue nos conectar aos sentimentos do filme. Fora isso, há  bons e inspirados momentos mas que perdem seu poder pontuados no todo vacilante. E é o que o filme é no balanço final: bom, mas com pouco fôlego. A cinebiografia da vida do homem que teve uma das idéias mais extraordinárias da história, derrapa ao dar ênfase demais na fragilidade de Darwin por conta do trauma da perda de sua filha Annie. Ele acaba resumindo Darwin a isso e não como o homem que mudou o mundo, nada da viajem do Beagle e em como Darwin chegou a conclusão da evolução e seleção natural abandonando de vez sua criação cristã. Tem momentos em que o genial Darwin aparece mais como pertubado do que como abalado pela perda, pois no filme ele fica imaginando a garota o tempo todo. Os espíritas vão amar isso.  Outra rachadura nessa parede é a Jennifer Connely que já fez o mesmíssimo papel de mulher de um homem que vê uma menina que não existe em Uma Mente Brilhante. E ela é mesmo esposa de Paul Bettany na vida real. Quando Darwin expõe seus pontos contra a mentalidade (?) vigente, a igreja, o filme chega a brilhar, mas logo retrocede. Faltou coragem ao senhor Jon Amiel em invocar esse lado, ele o faz mas com tanto medo... e o pior;  a frase final faz questão de salientar que Darwin foi enterrado com todos os rituais cristãos, isso dá margem a uma das mais descuidadas bobagens ditas até hoje por religiosos: que Darwin teria se convertido em seu leito de morte. Não, ele não se converteu e historiadores e seus descendentes contestam isso até a medula. Na verdade já haviam ditos essa mentireba de seu avô que era ateu e próprio Darwin reclamou disso em sua biografia (ufa! ainda bem que foi registrado!). Por outro lado, há uma cena em que a esposa de Darwin (essa sim, cristã) se mostra convencida pelo livro dele. Isso aconteceu de verdade? Sei pela história que Darwin morreu descrente, mas não encontrei nada sobre a esposa. Sei também com certeza que a história dele deveria ser filmada por um diretor mais macho porque esse Jon Amiel teve medinho. É melhor não perguntar a ele sobre suas unhas. HBO venha e faça direito!

Nota: 5,8 atmospheras.

Leia também: Religulous

quinta-feira, 25 de março de 2010

CINEMA - Um Sonho Possível

É possível ser gostosa aos 50!

A idade fez bem à Sandra Bullock (46 velinhas), está ficando uma coroa gostosa! Bem mais interessante do que quando era novinha. Mas, no quesito interpretação ela continua fraca. Não entendi muito bem o oscar por Um Sonho Possível já que ela não fez nada demais. Sandra interpretou a mesma meninoca em todos os papéis. Exceção do ótimo filme Crash, onde ela aparece como uma elitizada arrogante (jornalistas aqui do Brasil afirmaram que ela é assim mesmo nas desagradáveis entrevistas que fizeram; ou seja, em Crash ela nem interpretou) e neste filme que ela simplesmente põe uma cara dura o tempo todo. Não merecia oscar nenhum ou qualquer indicação... mas enfim... The Blinde Side no original, dirigido por Jonh Lee Hancock descreve à boa ação da dona Leigh Anne (Sandra) em ajudar o pobre do gigante Michael Oher (Quinton Aaron) que tem aquela beleza de família desestruturada, nunca dormiu numa cama... essas coisas. Tendo dificuldade em aprender a estudar, o talendo do Big Mac acaba canalizado pra jogar futebol americano e com  incentivo da dona Leigh, claro que o cara consegue e se dá bem. Senhores, é baseado em fatos reais sim, mas não tem nada de impressionante. Um filmeco como outro qualquer.

Nota: 4,5 atmospheras.

Trailer - You Dont Know Jack (Dr. Morte por Al Pacino)

A HBO é uma das coisas boas da vida.... ou da morte. Al Pacino interpreta (espero que sem mascar chicletes dessa vez) a história real de Jack Kevorkian, o Doutor Morte,  patologista que criou uma máquina para as pessoas que sofrem de algum flagelo extremo, possam escolher morrer de uma vez. Muitas vezes quando escuto uma música do Jorce Vercilo, eu olho em volta  procurando essa máquina... confiram o trailer. Em tempo: é da HBO, trata-se de um telefilme.


terça-feira, 23 de março de 2010

CINEMA - Educação

Bom dia, tudo bom com você?

Faz de conta que me importo... Alfred Molina arrebenta no papel de Jack,  rigoroso pai da Carey Muligan que faz Jenny, uma ninfeta de 16 que se encanta por David,  encarnado por Peter Sarsgaard, sujeito aparentemente nem aí pra pedofilia. Encarnado... encarnado... parece coisa de filme de Chico Xavier... bom, o pai Jack não quer que a menina respire outra coisa a não ser estudo a fim de um futuro garantido. Os planos vão todos pro beleléu pois o camarada David, educadamente se nivela ao pai da moça e mostra o principal atrativo de nossa avançada sociedade: grana. O suficiente pra menina largar o estudo, questionar valores e atalhos pra vida. Não há grandes surpresas, não há reviravoltas complexas, não tem serial killer nem a menina se revela um cyborg. O bacana nesse filme de Lone Scherfig é toda essa situção contida se desdobrando aos poucos numa cadência programada, mas gostosa de  assistir. É um filme um tanto biográfico da jornalista britânica Lynn barber que eu nunca tinha ouvido falar até então, mas pesquisei e vi semelhança física entre ela adolescente (que pena que não se manteve assim) e a talentosa atriz Carey Muligan.

Nota: 6,5 atmospheras.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CINEMA - Invictus

Quando as coisas funcionam 

Um diretor nada de excepcional (embora aclamadíssimo:" óooo como ele é booom.." sei...) + um ator que há quase 30 anos faz o mesmo papel  que é o dele mesmo + outro ator que não faz outra coisa a não ser interpretar o arquétipo do gênio/super + um filme fórmula daqueles pensando em estatueta e...em nome do cérebro positrônico do Asimov, não é que ficou bom pacas??

Acho que é a primeira vez que considero de verdade um filme de Clint Eastwood. Não por ser de Clint Eastwood, que fosse uma iguana mecânica e movida à carvão ter dirigido, o que importa é se você vai ser transposto pra história ou não. Ainda mais com uma premissa tão distante da minha realidade quanto essa coisa chamada rúgbi na África do Sul. Nelson Mandela saiu da prisão de 27 anos e foi eleito presidente. Boa parte dos negros ressentidos de tudo que passaram em gerações, creditam Mandela como o vingador que vai puxar a balança pra um só peso. O exemplo que está no maisntream do país naquele momento é o tal esporte rúgbi representado por um time colecionador de derrotas composto em sua maioria por brancos e desprezado pela população negra que quer mesmo é que o time vá pra pu... pra lá mesmo. O esporte está em alta porque a copa do mundo deste será  justo naquele país. Mandela (Morgan Freeman) enxerga sozinho uma oportunidade de dar uma paulada doída no racismo e chama Francois Pienaar o capitão branco do malfadado time.
Belas músicas africanas tocando ao fundo, tal qual Michael Mann usou em Ali. Carinho com personagens secundários como a cirra racista da própria guarda pessoal do presidente e séries de tomadas com gruas extensas vão prendendo a gente.Como não conheço a história real, não sei o que pode ser licensa poética. Vale dizer que Nelson Mandela aqui é mostrado não como um superser, mas sim como um homem brilhante e cedendo à fraquezas. É tocada a infidelidade de Mandela em relação à sua esposa sem que isso atrapalhe o foco. Morgan Freeman como eu disse, resolve trabalhar e pegou os trejeitos e modo de se expressar pausado do presidente.Há  momentos em que fica idêntico.  Matt Damon TAMBÉM interpretou (será que Eastwood agora anda de chicote?) e está situado quase sempre em planos distantes, servindo ao todo do filme perfeitamente.  Senti falta de mais dados históricos e datas exatas dos ocorridos. Nada que prejudique a imersão. É um formidável acerto deste diretor velhinho que consegue passar a mensagem, enfoca este lado histórico de uma personalidade admirável e emociona. Boa pedida pro telão de cinema!

8,9 atmospheras!

domingo, 24 de janeiro de 2010

CINEMA - Sempre ao Seu Lado

Cachoeiras de Lágrimas

Sempre tive problemas com filmes envolvendo animais, principalmente cachorros. Isso porque sempre fui muito apegado aos meus amigos bichos. Mas enfim...

A história de Hachiko já foi levada às telas anteriormente, em 1987, para contar o verídico episódio de fidelidade entre um cão da raça akita e seu dono, um professor universitário da cidade de Shibuya. Durante mais de dez anos Hachiko foi esperar seu amigo na estação de trem, como fazia quando o mestre ainda era vivo. Morreu em 1935 e, em sua memória, foi erguida uma estátua como símbolo da amizade entre os dois.
Em 2009, Lasse Hallström (Minha Vida de Cachorro, Regras da Vida, Chocolat, …) formou uma “joint venture” com as Cataratas do Iguaçú e resolveu transformar o cinema numa verdadeira corredeira de lágrimas ao refilmar a história de Hachiko. Dessa vez ambientado em Rhode Island (EUA), Sempre ao Seu Lado é um filme correto, bem contado, sem ser piegas, que reproduz comoventemente a relação do cão pelo seu dono, agora protagonizado por Richard Gere, que não compromete. O restante do elenco, que conta com Joan Allen, Jason Alexander e o “japa de sempre” Cary-Hiroyuki Tagawa, dá conta do recado e cumpre suas funções de dar suporte ao herói canino, cujas cenas são realmente de cortar o coração.
Contudo, o filme não teria o peso emocional que possui se não fosse por um diferencial: a simples mas demolidora trilha sonora, conduzida pelo compositor polonês Jan A.P. Kaczmarek, que já havia ganho um Oscar pela trilha sonora do excelente Além da Terra do Nunca. Com isso, o filme se torna um grande ícone do “cinema chororô”.
Nota: 7,5 atmospheras !


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ATMOSPHERA Recomenda - Caminhos Violentos

Decepcionado com o cinema atual? eu também. Mas que bom que a tecnologia é barata pra assistirmos coisa boa de forma quase atemporal.

Caminhos Violentos
(At Close Range) é de 1986 e dirigido por James Foley. Tem Sean Penn, Cristopher Walken, Jack Bauer Kid(famoso por interpretar Kiefer Sutherland) o pai do Macfly: Crispin Glover e a linda e suave Mary Stuart Materson.
Sean Penn é Brad Whitewood Jr, um jovem pobre que conhece seu pai (Walken) na adolescência e, sem muita perspectiva, acaba encantado pelo carisma dele que apresenta uma vida melhor como parte de uma quadrilha de ladrões. Brad Jr. embarca, até porque seu pai não é o estereotipo do mal. É um cara calmo e gente boa com filosofia própria, mostrando o que faz como rota pra alternativa justificada de ascenção e não como algo incorreto. Um dia o Brad Jr presencia uma quebra extrema das atitudes do pai e o enxerga de uma forma mais completa. As consequências desse despertar são fortes pra um jovem despreparado e o desenrolar é imprevisivelmente triste.

Roteirizado por Nicholas Kazan, At Close Range baseado em fatos, é contado com calma e embalado todo o tempo pelos arranjos da belíssima (e melhor) música da Madonna, Live do Tell, trabalho inspirado de Budd Car. Sean tem uma interpretação louvável, transmitindo logo nos créditos iniciais, a falta de opção do personagem. Cristopher Walken impressiona no papel do pai inescrupuloso e, sem deixar o carisma cair, é verdadeiramente assustador.

Um filme praticamente irretocável que merece ser conferido.

9,0 atmospheras