domingo, 18 de dezembro de 2011

Crítica - Gia

O melhor de Angelina Jolie


Não tenho certeza se foi na abertura da sátira a Star Wars feita pelo Frango Robô ou Uma Família da Pesada em que eles engraçadamente desvirtuam o assunto do texto (aquele em perspectiva no espaço) pra divagar sobre coisas nada a  haver com Star Wars e comentam de um filme em que Angelina Jolie aparecia nua e ainda transava com outra garota. Foi o suficiente pra que eu procurasse Gia que é de 1998. Sim, Angelina Jolie aparece nua e transa com outra garota, a saber, a bela Elizabeth Mitchell da famosa série picareta Lost e de V (de vergonha).

Se você também não tinha ouvido falar, saiba que se trata de um filme pra tv, mas não de qualquer e sim coisa da HBO e que também conta um história real, a da modelo Gia Carangi. Ok, também nunca tinha ouvido falar de Gia Carangi, mas é um mundo em que sou mesmo leigo. Apenas posso supor a importância do tema pra quem se identifica com o universo da moda. Mas não temos aqui um filme propriamente "fashion" e nem mesmo um melodrama regado a açucar. Michael Cristofer que havia sido um dos roteiristas de As Bruxas de Eastwick, dirige este Gia mesclando documentário e dramatização. Tem qualquer coisa que promete ser chato, mas um  pouco de atenção e a coisa engrena. Carregado mesmo pela melhor interpretação de Angelina Jolie da descolada menina bonita que se torna uma das primeiras supermodelos do mundo. Molecona, doce num momento e desconectadamente irascível  em outros, era assumidamente lésbica num tempo em que isso poderia soar condenável. Gia exalava autenticidade e ímpeto nos menores trejeitos ao mesmo tempo com picos de inocência. Em nenhum segundo parecia em sintonia com a realidade formal, mas patinava sobre a própria. Era algo quase desarranjado.



Sem ilusões

Não há necessariamente um romance em Gia. Não com juras de amor típicas, no máximo um aspartame pra susbtituir o açucar. E há uma conhecida trilha desastrosa de uma mulher que teve o mundo e amadureceu  tarde demais pra processar isso. A direção de Cristofer nos coloca perto dela o tempo todo como testemunhas de eventos íntimos e em intervalos afasta a gente pra entrevistas com quem realmente estava lá. Esses dois focos estranham em princípio, mas acaba funcionando muito bem e evita nos cansarmos de uma dimensão. E Cristofer faz algo ainda melhor: evita truques pra emocionar o público. Não é frio, mas mostra as coisas sem exagerar no tom.

Com segundo plano desfocado e regado a uma música bela e melancólica, Gia é deses filmes pra se assistir de madrugada no frio e silêncio intimistas. E, senhores,  é um filmão.

Nota: 10 atmospheras!

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