segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CINEMA - Invictus

Quando as coisas funcionam 

Um diretor nada de excepcional (embora aclamadíssimo:" óooo como ele é booom.." sei...) + um ator que há quase 30 anos faz o mesmo papel  que é o dele mesmo + outro ator que não faz outra coisa a não ser interpretar o arquétipo do gênio/super + um filme fórmula daqueles pensando em estatueta e...em nome do cérebro positrônico do Asimov, não é que ficou bom pacas??

Acho que é a primeira vez que considero de verdade um filme de Clint Eastwood. Não por ser de Clint Eastwood, que fosse uma iguana mecânica e movida à carvão ter dirigido, o que importa é se você vai ser transposto pra história ou não. Ainda mais com uma premissa tão distante da minha realidade quanto essa coisa chamada rúgbi na África do Sul. Nelson Mandela saiu da prisão de 27 anos e foi eleito presidente. Boa parte dos negros ressentidos de tudo que passaram em gerações, creditam Mandela como o vingador que vai puxar a balança pra um só peso. O exemplo que está no maisntream do país naquele momento é o tal esporte rúgbi representado por um time colecionador de derrotas composto em sua maioria por brancos e desprezado pela população negra que quer mesmo é que o time vá pra pu... pra lá mesmo. O esporte está em alta porque a copa do mundo deste será  justo naquele país. Mandela (Morgan Freeman) enxerga sozinho uma oportunidade de dar uma paulada doída no racismo e chama Francois Pienaar o capitão branco do malfadado time.
Belas músicas africanas tocando ao fundo, tal qual Michael Mann usou em Ali. Carinho com personagens secundários como a cirra racista da própria guarda pessoal do presidente e séries de tomadas com gruas extensas vão prendendo a gente.Como não conheço a história real, não sei o que pode ser licensa poética. Vale dizer que Nelson Mandela aqui é mostrado não como um superser, mas sim como um homem brilhante e cedendo à fraquezas. É tocada a infidelidade de Mandela em relação à sua esposa sem que isso atrapalhe o foco. Morgan Freeman como eu disse, resolve trabalhar e pegou os trejeitos e modo de se expressar pausado do presidente.Há  momentos em que fica idêntico.  Matt Damon TAMBÉM interpretou (será que Eastwood agora anda de chicote?) e está situado quase sempre em planos distantes, servindo ao todo do filme perfeitamente.  Senti falta de mais dados históricos e datas exatas dos ocorridos. Nada que prejudique a imersão. É um formidável acerto deste diretor velhinho que consegue passar a mensagem, enfoca este lado histórico de uma personalidade admirável e emociona. Boa pedida pro telão de cinema!

8,9 atmospheras!

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