Porém, há de se destacar dois filmes que soaram como um alerta futurista sobre as neuroses do homem e as mazelas que elas representavam e representam até hoje em sua vida: segurança e insatisfação pessoal. No primeiro, Robocop – O Policial do Futuro, a questão da paranóia mundial diante da violência fez nascer o policial perfeito até demais para o sistema. No segundo, Vingador do Futuro, a possibilidade de ser alguém diferente do que somos nos torna poderosos dentro de nossas limitações. E foi nisso que a linha de raciocínio do primeiro filme se manteve, inserindo ingredientes exóticos num roteiro factível para os princípios da ficção científica. E ainda continha o “ator da hora”, Arnold Schwarzenegger, no papel de “herói” fabricado. Ou seja, um filme que deveria ter sido mantido intacto. O que não foi respeitado pela indústria fominha americana.
O remake de Vingador, que ficou a cargo de Len Wiseman, responsável pelo primeiro filme da franquia Anjos da Noite e o renascimento de John McClane em Duro de Matar 4.0, entre outros, respeitou a linha de raciocínio que envolvia a trama principal, a do homem que deseja o que não pode ser, e que opta por realidade “adquirida”. Porém, o charme do filme, toda a atmosfera que envolvia a história original, desde as armações reais dentro do mundo virtual e o ambiente do planeta Marte, foi esquecido por Wiseman. O roteiro de Kurt Wimmer e Mark Bomback é precário e não ajuda a história “engrenar”, apesar de bons diálogos e momentos de ação bem escritos. Só que Wiseman se perde um pouco para refazer algumas cenas originais e deixa escapar a oportunidade de recriar boa parte da história de Marte, para nos brindar com esse presente. Os nomes dos personagens, em sua maioria, foram mantidos, o que confere alguma identificação com o filme original. Mas é só.
O elenco deixou um pouco a desejar. Kate Beckinsale e Jessica Biel conseguem manter suas atuações dentro do esperado, e o resto do elenco é puramente coadjuvante. Com relação a Colin Farrel, a escalação foi infeliz. Outros atores poderiam interpretar Doug Quaid com mais robustez, física e caracteristicamente, e Farrel não transmite o carisma suficiente que Arnold deixou marcado no primeiro Vingador.
De resto, é implorar para que outros filmes emblemáticos não sofram essa “pernada” de Hollywood. Não dá pra aguentar uma rasteira dessa todo ano.
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