sábado, 10 de setembro de 2011

CINEMA - Planeta dos Macacos: A Origem (por Marcio Quintella)


Macacos Me Mordam Mesmo !


     No filme Planeta dos Macacos, de 1968, a emblemática cena da visão da Estátua da Liberdade confundiu meio mundo e deixou a todos em suspense pelo que haveria de vir depois, e toda uma seqüência veio explicar a saga dos símios. Anos depois, Tim Burton daria novamente um nó em nossas cabeças com uma nova versão do filme. Não explicava muita coisa, exibia sua marca registrada de personagens escalafobéticos, surreais e sem um pingo de nexo, e ainda por cima encerrava questão nele mesmo (!?!?!?).
     Para socorrer a turma que ficou no vácuo de 2001, Planeta dos Macacos: A Origem veio explicar as coisas e botar ordem na casa. O filme de Rupert Wyatt, que até então não tinha feito nada significativo, joga na cara dos humanos que brincar com a espécie alheia pode ser uma faca de vários gumes. Querendo acelerar um suposto processo evolutivo para testar uma droga que busca a cura do Mal de Alzheimer, o Dr. Will Rodman acaba criando um efeito colateral no macaco em que estava injetando o medicamento, fazendo com que ele crie consciência e instinto humano. Cesar, o chimpanzé, desenvolve sua capacidade de pensar e, sobretudo, rebelar-se contra a raça humana, ao passo que a droga, novamente alterada para corrigir um lamentável erro de cálculo do Dr. Rodman, torna-se a matriz para um previsível extermínio do homem, e o filme flui bem, seguindo os passos da evolução de Cesar e da decadência do remédio.

     Rick Jaffa e Amanda Silver, que já haviam escrito The Relic e Olho Por Olho, bebem da fonte do livro de Pierre Boulle, que inspirou o filme original, mantendo o ritmo e aumentando o clímax até o “apocalipse” anunciado. Da mesma forma, Wyatt consegue mostrar do que uma espécie é capaz quando tem o poder de se organizar, criando um ambiente sombrio quando o assunto é o futuro da humanidade, sem medo de todos serem infelizes para sempre.
     O elenco traz um time que não faz feio. A começar por James Franco, que, na pele do ambicioso Rodman, esqueceu duendes e ciclistas sem braço, que já povoaram sua carreira. John Lithgow constrói Charles, pai de Will Rodman, com competência. Freida Pinto, belezinha que migrou do cinema indiano e já experimentou as instruções de mestre Woody Allen, faz uma namoradinha certinha, num personagem com pouca influência. Brian Cox, no sempre papel de “Brian Cox” e Tom Felton, o desafeto de Harry Potter, Draco Malfoy, que dessa vez não escapa de um bom castigo, complementam o elenco principal. Mas deve-se destacar, com certeza, o impressionante trabalho de Andy Serkis, que deu vida, movimento e atitude a Cesar através do mocap, técnica que capta expressões de um ator e as transfere para a imagem digitalizada do chimpanzé.
Com toda essa bagagem, Planeta dos Macacos: A Origem cumpre seu papel, deixando abertas as portas para uma nova saga, na qual o cinema poderia investir sem medo.

Nota: 8,5 atmospheras !

2 comentários:

  1. eu quero saber qual e o erro evolutivo no filme planeta dos macacos -a origem

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  2. O Anônimo ataca de novo! Rapaz, pode postar se identificando mesmo quando discorda. Só censuramos posts que são propaganda escrachada ou agressões gratuitas. Não é o seu caso, mas: li o texto do Quintella e ele não diz nada sobre o filme ter um erro evolutivo. Talvez vc tenha se precipitado. Abs!

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