sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Crítica - Deixe-me Entrar







Deixasse ela quieta

Uma vez eu li o quanto o astrônomo Carl Sagan estava decepcionando com a mentalidade do povo dos EUA. Por isso, depois de pensar bastante por cerca de um segundo e meio, não vou mais zoar aqui o diretor Matt Reeves, o mesmo do ótimo Cloverfield. Isso porque antes eu partiria da premissa de que Matte Reeves queria fazer uma versão melhorada do irretocável sueco Deixa Ela Entrar.




Acho que não foi o caso. Penso agora que ele fez uma coisa de fã. Sabe quando você vê um filme pouco conhecido e quer convencer seus amigos a assistirem e escuta um "depois eu vejo?" Creio que Matt Reeves passou por isso. Como parece não haver modos de convencer os EUA a experimentar a melancolia, o medo denso somado a uma história tão bem contada como o sueco filme original; por ser falado em sueco... Matt Reeves decidiu contar a história quase ponto a ponto pra que o público dele pudesse saborear alguma coisa. Se realmente esse foi o objetivo, taí.

O que não torna irresistível comparar ao original. Nisso,  essa versão mesmo que não chegue a ser um McDonald's, insere algumas explicações a mais que vai tirando o sabor da coisa.

O menino Owen (Kodi Smit-Mcphee) é o deslocado e frágil numa escola que o hostiliza enquanto sua mãe se mantém alheia à sua vida numa cidade gelada que corrobora com a apatia das pessoas. Ao mesmo tempo em que um homem começa a cometer crimes sanguinários, se aproxima de Owen uma menina entrando aos poucos em sintonia com ele. Abby (Chloe Moretz de Kick Ass),  que também é sua vizinha, é uma porta de saída de Owen pra uma nova cor nessa vida cinza. O lance é que ela é uma vampira.

Não dá pra não chover no molhado. Uma interessante cena de um acidente vista de dentro do carro se mostra uma inserção bacana do novo diretor que tem um auxílio de bons atores cuja minha maior crítica é a aparência da menina; Clhoe Moretz é muito bonita; acho que precisava ser menos, o ar de estranheza da protagonista original foi quebrado pela simetria da garota.  E é curioso que sequências até mesmo de ação e efeitos conseguem ser inferiores à versão sueca. A espetacular cena da piscina do original é recriada tão mambembe que dá pena; salta os efeitos digitais cortando nossa conexão. No conjunto, um filme mais pra morno.

Uma "suecada" americana de um filme sueco.

Nota: 5 atmospheras

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Deixa Ela Entrar

Um comentário:

  1. Eu assisti o original sueco...perfeito!
    Bem mais coerente com as lendas e histórias contadas sobre vampiros desde a antiguidade...uma historia bem misteriosa...com um clima ideal para historia de vampiro e ritmo de livro.
    Bem diferente desses "Crepusculos" que nos enfiam goela abaixo...
    Vou assistir a essa refilmagem "USA"...parece interessante também...mas será que vai tão fundo?
    =)

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