domingo, 19 de dezembro de 2010

Crítica - A Rede Social







Ídolo inescrupuloso


Encontrei uma prima que não via há de 10 anos numa festa. Conversei com ela e na despedida, na intenção de facilitar contato, perguntei se  estava no orkut. A resposta em tom de arrogância (a força é poderosa em minha família) foi de que não queria saber desse negocinho de ficar no computador! que preferia encontrar as pessoas de carne e osso, que esse negócio de ficar isolado numa máquina não está com nada etc, etc, etc... Ok prima. Daqui há 10 anos a gente se esbarra de novo...

Apenas este ano de 2010 eu entrei no Facebook. Demorei. Demorei também a possuir um messenger (até hoje uso bem pouco) a ter blogs, a entrar no twitter e até o próprio orkut. Ainda não uso android e me dei conta de que demorei até mesmo a ter um celular. Tudo partindo do princípio de que não precisava dessas coisas. O que é verdade em certo sentido, mas na minha profissão, isso não é nada menos que essencial. E pra facilitar contato com as pessoas, sim, isso é essencial pra qualquer um civilizado.  Continue lendo.


É curioso como uma pessoa pode afetar bilhões. Uma idéia e o desdobramento dela condicionam comportamentos e constroem pontes inquebráveis entre nichos. Conhecia por alto a história de Mark Zuckerberg tanto quanto a do criador do Napster (co-criador na verdade) Sean Parker. E é uma coisa que faz todo sentido o mundo inteiro conhecer. Outrora diretor um tanto mais autoral, David Fincher (Alien 3, Clube da Luta) mescla fórmulas com ingredientes próprios pra dinamicamente contar como foi o início do Facebook. Tal qual minha resistência em aderir aos gadgets e perfis online, resisti também a idéia de que um filme sobre Facebook fosse ser interessante. O que na verdade passou pela minha cabeça fosse alguma história besta sobre  assassino clichê que escolhe vítimas pelo Facebook sei lá. Demorei (novamente) a sacar que se tratava da criação do mesmo. E no mais é um filme em como um nerd pode ser tão inescrupuloso.

A história apresenta Zuckeberg ( Jesse Eisemberg) com certo desajuste pra relacionamento, sempre inteligente e sempre falando rápido demais. Após uma frustração com a namorada, passa uma pá de tempo hackeando o sistema da universidade e criando uma votação online da mais gostosa do campus o que simplesmente derruba o servidor de Havard explodindo em acessos. Isso chama a atenção dos ricos gêmeos Winklevoss que tem uma idéia sobre site de relacionamento e quer os serviços de Zuckeberg. Este tem uma variação da idéia dos irmãos e com a ajuda do amigo brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), criam o The Facebook. Sean Parker entraria depois pra transformar  as idéias formentadas num mecanismo fazedor de dinheiro.

A Rede Social deve levar o Oscar. Não quer dizer que seja um filme extraordinário nem nada disso. O simplíssimo por comparação  Piratas do Vale do Silício que conta a história de Bill Gates e Steve Jobs é até mais divertido. Mas aqui você tem um orçamento alto, produção caríssima permite reprodução de festas com muitos extras, pirotecnia de iluminação, fotografia, enfim , a coisa muito mais cuidada. Tempo e grana pra jogar detalhes na cena que fazem a diferença. Diferença num filme que aborda talento (sem ética, mas talento) é o que David Fincher tem na direção, edição cheia de voltas e na feliz escolha do elenco. Justin Timberlake (pra mim  melhor ator que cantor) acentuado como Sean Parker. Jesse Eisemberg é  a todo momento o vingativo sociopata oportunista sempre em monotom. Andrew Garfield (o próximo Homem Aranha) tem a inocência na medida e em  paralelo o ator Armie Hammer que interpreta os gêmeos com as gags do sincronismo perfeita. Tantos acertros de Fincher fazem o tempo passar rápido e agente fica querendo saber mais detalhes. E já que o diretor faz um filme tão diferente a cada vez, fico na torcida dele pegar um Batman assim que Christopher Nolan largar a franquia.  Não reclame pelo meu aditivo do assunto. Coisa nerd.

Nota: 8,0 atmospheras.

6 comentários:

  1. Estou curiosa para ver o filme, justamente por ele parecer tão próximo da nossa realidade...
    Confesso que também relutei um pouco para entrar nesta virtualidade.. Mas, a verdade é que estamos interligados a ela....

    Belo post!

    ;D

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  2. Assisti A Rede Social. É um bom filme, mas também não vejo motivo para Oscar, entretanto devo ressaltar a qualidade do material produzido e excelência de direção.
    Sobre internet, deve haver certo limite, entretanto negar-lha a existência ou a importância (atribuindo-lhe até algum desmerecimento)atualmente é ignorância.
    Até!

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  3. Ah, assim.. é bom nao ser viciado mesmo, tipo eu, haha, mas acho que hj em dia é quase que necessário.. é ideal, sabe..
    E a respeito do filme, eu ia ver ontem, mas tinha acabado no cine do NS ¬¬ Vopu ver se consigo ver amanhã \o/

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  4. Pô, tb não achei o filme lá essa coisa toda que estão rotulando. Como vc falou, ele é simples, mas um simples redondinho, interessante e agradável de ver. Qto ao Oscar, ainda tenho minhas dúvidas.

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  5. Ainda não vi o filme mas pretendo fazer isso logo. Quanto a questão da virtualidade, acho que é quase que impossivel hoje em dia não estarmos cada vez mais e mais conectados uns aos outros através dessas redes sociais que aumentam a cada dia. Também demorei a entrar no facebook e até agora não vi a menor graça. Ainda prefiro orkut e principalmente blogs, esses a minha paixão.
    Gostei muito do seu blog, bem legal e interessante.
    To seguindo.

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