quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

CINEMA – O Impossível (por Marcio Quintella)


Nem Tão Fundo, Nem Tão Raso.

     Tragédias pessoais sempre nos transportam para o coração de quem as viveu, de uma forma mais intensa ou não. Sendo assim, às vezes podemos sentir quase que na pele o drama pelo qual elas foram submetidas, suas angústias, medos e perdas pessoais.
     O Impossível nos faz viver um pouco algumas dessas emoções, ao contar a improvável história de uma família que é vítima de uma das maiores tragédias naturais do mundo contemporâneo: o tsunami ocorrido do Oceano Índico, no dia 26 de dezembro de 2004. De férias na Tailândia, Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) e seus três filhos são pegos de surpresa pelas enormes ondas que devastam o resort em que estavam hospedados, sendo separados uns dos outros. Maria e Lucas, o filho mais velho (vivido por Tom Holland), são arrastados para um lado da ilha de Pukhet, e Henry encontra os dois filhos, Thomas e Simon, e são jogados para uma parte oposta. Começa aí o relato cruel de uma busca incessante de uma família ao reencontro, sem saber se marido, esposa e filhos estão vivos.

     O diretor Juan Antonio Bayona, que já havia dirigido o ótimo O Orfanato, consegue reproduzir bem o momento da tragédia, com imagens impressionantes do tsunami avançando pelo hotel onde estão Maria, Henry e os meninos, além de capturar o pânico, histeria e angústia de muitos sobreviventes que buscavam por notícias de parentes, auxílio médico e contato com familiares no exterior. Puramente focado na família protagonista, o roteirista Sergio G. Sánchez se baseia no livro escrito por Maria Belón e consegue manter o ritmo cruel e insano da luta pela vida, da família Bennet.
     O filme, que tem como nomes principais Naomi Watts e Ewan McGregor, tem como fio condutor da história o jovem Lucas, muito bem interpretado por Tom Holland, além dos filhos Thomas e Simon, vividos por Samuel Joslin e Oaklee Pendergast, respectivamente. Além deles, o filme nos brinda com uma breve passagem da atriz Geraldine Chaplin, durante um momento de relativa tranquilidade no meio de todo esse drama.
     O Impossível, como o título já diz, prova que obstinação e esperança, às vezes, andam juntos em situações de puro desespero.

Nota: 8,5 atmospheras  !


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