domingo, 11 de novembro de 2012

CINEMA – 007 Operação Skyfall (por Marcio Quintella)


O BOND da História Volta à Estaca Zero.


     Uma dia, tudo acaba. No cinema, essa regra não é tão radical assim. Às vezes, as histórias, as personagens, muitas situações podem ser recontadas e voltar ao seu ponto inicial.
     Em sua 23ª aventura, James Bond se vê frente a frente com suas origens e sua vida um tanto quanto nebulosa. Afinal, agente secreto que se preze não tem passado e, tampouco, futuro. Bond é isso, um agente que só tem um rosto, uma missão a cumprir, um objetivo, um modo de vida...Dessa vez, ele tem que cumprir a árdua tarefa de resgatar sua superior, a inabalável M, e encarar mais um vilão sórdido, mas dessa vez sob a ótica do fator humano. Sem as traquitanas tecnológicas a que está acostumado, ele tem que se contentar com dois “presentes” dados pelo novo Q, dessa vez um nerd que, como ele mesmo se auto-define, “pode causar um estrago com seu Notebook deitado na cama, de pijamas”.

     Sam Mendes foi o nome da vez, para dar vida a Bond e torná-lo ainda mais vingativo e frio, o que já tinha ficado evidente em Cassino Royale e Quantum of Solace, este último, na minha opinião, superior a Skyfall. Criador de filmes como Beleza Americana, Estrada Para a Perdição e Foi Apenas Um Sonho, Mendes consegue passar ao espectador a mensagem de que Bond é quase imortal, mas que tem um coração que pode suportar perdas e sofrer por elas. Com um bom roteiro, escrito por Neal Purvis, Robert Wade e John Logan, o diretor faz um filme recheado de bons momentos, muitas vezes complexos, outras extremamente simplistas, como o diálogo entre M e seu chefe, Gareth Mallory.
     O fortíssimo elenco consegue dominar o filme sem problemas. Como disse um amigo meu, cinéfilo de carteirinha, Daniel Craig foi o único ator que conseguiu fazer de James Bond um agente com “sangue nos olhos”. Sua atuação é comedida, e em alguns momentos até parece um autômato, mas o que mais pode se esperar de um homem com licença para matar e tratar das coisas à base de balas ? Judi Dench, mais uma vez, empresta seu enorme talento para fazer de M uma grande estrategista, e Ralph Fiennes também não faz feio na pele de Mallory. E como os vilões e arqui-inimigos de Bond sempre foram o “piece de resistance” dos filmes, Javier Bardem supera expectativas com o afetadíssimo Silva. Finalizando, Naomi Harris e Ben Wishaw conseguem fazer um bom trabalho e alcançar um lugar de honra, quem sabe, nas próximas aventuras do detetive.
     Skyfall entra, definitivamente, para a galeria dos filmes que mais trataram Bond como um verdadeiro espião, mostrando suas fortalezas e pontos fracos.


Nota: 9 atmospheras !

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