sábado, 4 de agosto de 2012

CINEMA – O Espetacular Homem-Aranha (por Marcio Quintella)


Direção Forte de Uma Teia Fraca.


     Eu sempre disse que não conheço muito bem o universo dos quadrinhos como alguns de meus amigos, mas ainda tenho a memória de alguns programas e desenhos que assistia quando garoto. Por causa disso, guardei várias referências de muitos dos meus heróis preferidos. Homem-Aranha é um deles.
     O filme de Marc Webb é um novo recomeço para o aracnídeo encapuzado, e nos mostra uma nova adaptação da história de Peter Parker. Nela, uma versão que vai desde a infância de Parker até os dias atuais consegue distorcer algumas características que sempre considerei marcantes, trocando o jovem repórter/fotógrafo do Clarim Diário, único elo de ligação com o Aranha, por um estudante universitário/skatista. Nada contra o esporte radical, mas perderam-se as melhores referências do herói. Até a figura emblemática de J.J. Jameson foi deixada de lado.

     Mas vamos ao filme em si: Peter, após a famosa picada de uma aranha geneticamente modificada, dentro dos laboratórios da Oscorp (onde está o Sr. Norman Osborn ???), se transforma num mutante, meio humano, meio inseto. E vai realizando as famosas descobertas de quem, de uma hora pra outra, adquiriu super poderes. Escala paredes, torna-se forte, ágil, adquire o famoso “sentido aranha”. Enfim, vai adaptando-se a uma nova realidade, e tirando certa vantagem disso. Em paralelo, o filme conta o drama do Dr. Curt Connors, e sua busca pela fórmula da regeneração de membros humanos. O resultado, óbvio, descamba para o surgimento do vilão mais feroz do Aranha, o Lagarto. Em meio a essa trama, está o mistério que envolve a família de Peter Parker, que, em sua mocidade, é criado pelos tios boa-praça Ben e May.
     Sobre a direção de Marc Webb: ele acerta na concepção plástica do Homem-Aranha, e consegue captar com precisão os movimentos e as poses dos quadrinhos e desenhos animados. A forma como o herói se movimenta, salta, escala paredes ficou extremamente fiel. A dinâmica das cenas de ação são de corte rápido, promovendo uma verdadeira montanha-russa de imagens bem montadas. O roteiro de James Vanderbilt, Alvin Sargent e Steve Kloves, este último responsável pela adaptação de quase todos os livros de Harry Potter para o cinema, com exceção da Ordem da Fênix, é bem escrito e vai pontuando o filme com várias surpresas e deixa toda a história bem “amarrada”.
     Do elenco não dá pra falar muito, porque poucos se sobressaem. Rhys Ifans, que foi o amigo escroto de Hugh Grant em Um Lugar Chamado Notting Hill, interpreta o vilão Lagarto, bem como o Dr. Curt Connors, com competência. Emma Stone ficou certinha no papel de Gwen Stacy e Martin Sheen e Sally Field recriam os tios Ben e May aquém dos trabalhos de Cliff Robertson e Rosemary Harris.
     Bem, falar de Andrew Garfield como o Aranha é complicado. Fisicamente, em nada se iguala ao herói dos quadrinhos. O rosto, inexpressivo, perde feio para Tobey Maguire, que também não é lá essas coisas, mas possui traços mais marcantes. Seu trabalho dentro do papel é somente correto, nada de excepcional.
     De resto, é aguardar por mais uma sequência, ou duas, quem sabe. A ilustração do filme deixa isso uma pouco em aberto.


Nota: 7 atmospheras  !


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