domingo, 11 de março de 2012

CINEMA - A Invenção de Hugo Cabret (por Marcio Quintella)

Cinema Que Homenageia o Cinema Que Emociona o Cinema !


     Quando assisti a Cinema Paradiso, pensei que nunca mais veria uma homenagem tão fabulosa ao cinema. Estava enganado. Hugo, que por aqui teve o indevido nome de A Invenção de Hugo Cabret, é uma declaração de amor ao cinema embrião, o cinema feito com poucos recursos, mas com muita sensibilidade. Cinema feito por aqueles que acreditavam que, um dia, a sétima arte apaixonaria milhões de pessoas, com suas histórias mágicas e truques bem elaborados.
     O universo do pequeno Hugo Cabret é construído em cima de um sonho que vai tomando forma à medida que a realidade se apresenta ao protagonista do filme. E, para construir a realidade tão desejada, ele conta com um amigo especial, o recluso cineasta Georges Méliès. Através da lente humana de Méliès, Hugo vai conhecendo os segredos do legado deixado por seu pai (uma passagem simples mas marcante de Jude Law).

     Martin Scorsese, acostumado a derramar sangue nas telas, em filmes como Os Bons Companheiros, Cabo do Medo, Gangues de Nova York e Os Infiltrados, nos mostra que é possível criar e recriar sonhos, utilizando muito bem a fotografia e a cenografia, apoiado no super trabalho de criação do mundo de Hugo Cabret elaborado pelo mago Dante Ferreti, que já emprestou seu talento a mestres do cinema como Fellini, Pasolini, Ettore Scola e outros. O roteirista John Logan, indicado três vezes ao Oscar por Gladiador, O Aviador e Hugo Cabret, consegue adaptar com maestria o livro homônimo de Brian Selznick, criando um roteiro que flui perfeitamente na tela. Scorsese não jogou pra perder. E, além disso, o recurso 3-D foi aplicado com perfeição !
     O elenco conta com o não tão estreante Asa Butterfield, que dá vida e simplicidade ao protagonista do filme. Além dele, Sacha Baron Cohen, num papel sério, Emily Mortimer e Christopher Lee compõem o grande time que ajuda Scorsese nessa empreitada. Isso sem falar na grande e monstruosa atuação de Ben Kingsley como Georges Méliès, injustamente deixado de fora na briga pela estatueta de Melhor Ator. Coisas da Academia...
     Mais uma grande declaração de amor ao cinema, que merece ser lembrada por muito tempo !


Nota: 10 atmospheras !

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