sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CINEMA - Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras (por Marcio Quintella)

Chega, né ?


     Os primeiros e ótimos filmes de Guy Ritchie deram o tom de seu trabalho, num misto de videoclipe com cenas de cortes rápidos, câmera lenta, fundo musical variado...Após outros trabalhos vieram Rock’n’Rolla e a primeira versão do diretor para a história de Sherlock Holmes, que nos brindou com um personagem de características tão diversas e sui generis quanto o roteiro desse filme. A segunda aventura do detetive inglês, Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras, transforma o personagem principal num misto de Rambo, Yoda e Houdini. Ah ! E também um pouco de Sherlock Holmes !
O problema é que Ritchie resolveu, num surto de delírio de grandeza, dar mais valor à ação física do que à cerebral. Se no personagem original a marca registrada era o raciocínio e a lógica, nesse filme o que prevalece é a força e habilidades físicas, sem tempo para pensar, deduzir, concatenar idéias e fazer conclusões exatas. Podemos dizer que Holmes virou um Ethan Hunt do século dezenove. E recheou o filme com cenas extremamente desnecessárias e que não acrescentam em nada à trama, como, por exemplo, a perseguição na floresta, uma pura exibição de tudo o que o diretor já mostrou em trabalhos anteriores.

     Com uma trama pra lá de intrincada e um roteiro bem capenguinha (Michele e Kieran Mulroney só haviam escrito Tempo de Crescer antes desse filme), Holmes vai deslizando aqui e ali numa montanha-russa de situações inusitadas até o fim, que abre margem para a possibilidade de mais um filme. O que seria uma verdadeira piada, já que, pelo visto, não há mais nada que possa ser contado por Ritchie sobre Sherlock Holmes.
O elenco, além de Robert Downey Jr., conta com Jude Law no insosso papel do Dr. Watson, além do competente Eddie Marsan como Inspetor Lestrade. Noomi Rapace e Rachel McAdams fazem o que podem para salvar suas personagens, e Stephen Fry faz a diferença como o irmão mais velho de Sherlock Holmes, Mycroft, que realmente existia, segundo algumas histórias originais escritas por Arthur Conan Doyle.
Melhor encerrar os casos contados por Guy Ritchie de uma vez, ou a fama do famoso detetive vira chacota.




Nota: 4,5 atmospheras !

2 comentários:

  1. Perfeito, Mathias!!!! Concordo plenamente com vc. Guy Ritchie é mais um talento que se vende ao modelo hollywoodiano (muitos efeitos especiais e pouco roteiro).

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  2. Acredito que você precise de mais leitura dos pormenores e táticas para o desenvolvimento de um filme nesse estilo, advindo de um livro, aproveite e de uma pesquisada nas jogadas mercadológicas necessárias para criação de um filme com investimento tão alto. A não ser que você queira fazer um filme B do Holmes e criá-lo do modo "correto", se esse for seu desejo, vá em frente, mas criticar de forma superficial acaba por perder um pouco da credibilidade para suas futuras críticas. Mas mesmo assim, parabéns pela iniciativa. Abraço!

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