domingo, 20 de novembro de 2011

CONAN - O Bárbaro

E o Conan foi pelo cano...

Quando o nome do alemão Marcus Nispel foi anunciado como diretor do novo Conan, uma imagem cristã veio a cabeça deste ateu aqui: "está consumado." Porque Nispel não faz nada que preste.

Na verdade é pior; cada filme que ele faz é uma queda de qualidade de uma escada que já começara torta  com o irregular remake de Massacre da Serra Elétrica em 2003. Veio Desbravadores e ao invés de puserem esse sujeito pra trabalhar distribuindo papel na rua ou funk dj, qualquer coisa mais a haver com suas habilidades... não; deram a ele a direção de um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos.

Há coisas e há coisas ruins...

Uma produção de 1982 (ou seja, 30 anos atrás meu amigo!) com um ator bem ruim em expressão como era o Arnold  gerou um filmaço nas mãos de John Milus. Adulto, violento e mesmo que não fosse fidelíssimo aos quadrinho e ao texto original de Robert  E. Howard, a atmosfera densa, música magnífica do  Basil Poledouris (falecido em 2006) estabeleceu uma base de qualidade que infelizmente não foi respeitada em sua continuação Conan- o Destruidor (1984).


Mas ok. Vamos esquecer as comparações pra que (em alguma realidade alternativa) sejamos mais justos. A idéia é: "Ah mas o Conan dos quadrinhos era ágil, coisa que o Conan do Arnold nunca foi". Tudo bem, mas não vamos usar o ganho de agilidade do novo Conan como suficiente pra se estabelecer que é bom. Na verdade, Marcus Níspel está simplesmente usando a mesma desculpa que ele deu pro Jason no terrível remake de Sexta- Feira 13. O novo Conan é tão ruim que eu não consegui assistir numa tomada só. Dividi em duas partes pra enganar a dor.

Spoilers a seguir.

A primeira cena de Conan é de uma violência brutal tão gratuita, que eu não me lembro de um filme que  começasse pior. Sim, elejo a cena de abertura de Conan a de mais mau gosto da história do cinema. Ela mostra uma espada dentro do útero materno onde estava o bebê Conan.  Salta para um exterrno do campo de batalha pra explicar que era um inimigo invasor que estava perfurando a barriga de uma grávida. O pai de Conan (Ron Perlman) mata o invasor e com sua espada termina  a cesariana sem nem olhar a posição onde corta.  Gratuito, forçado e patético. E permanece assim durante os próximos 40 minutos. Falou-se que havia um acerto nesse filme em mostrar a infância de Conan. Olha, só enxerguei erros grosseiros. O treinamento dele não faz sentido e o pequeno Conan trucida guerreiros selvagens bem mais fortes que ele. Um festival de inverossimilhança pra justificar mais violência sem nexo.
 Me entenda: não critico brutalidade e violência num filme do Conan. Critico o péssimo uso disso. Por exemplo: na cena da morte do pai, bastava Conan puxar o balde com ferro derretido no sentido contrário. Não ocorreu a ele fazer algo tão simples porque o diretor quis que a morte do pai fosse daquele jeito. Que fosse; mas justificasse de outra forma! Não com algo tão burro. E lá vem o Conan com as sombrancelhas feitas muito mais pra um galã de sexualidade duvidosa do que um guerreiro fora de série. E tome-lhe clichês e clichês e clichês. Quase salva-se o vilão Khalar Singh que está muito diferente de seu personagem em Avatar, exatamente o contrário do que eu havia lido. Stephen Lang mudou trejeitos e voz. Ele parece ter mesmo acreditado no filme, tadinho... Aliás o prórpio Jason Momoa não teve muito o que fazer, mas conseguiu um guerreiro destoante de seu outro papel de guerreiro selvagem na excelente Guerra dos Tronos. Isso é algo.

 Enfim, Conan oscila entre o clichê e o mau gosto e entrou na lista de um dos maiores e merecidos fracassos de 2011. Alguém faça o favor de afastar Marcus Níspel. Ela não vai acertar mesmo. Dêem a chance a outro.

Nota: 2 atmospheras

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