terça-feira, 11 de outubro de 2011

Crítica - Melancholia (por Urbano)

Pra te tirar do lugar comum e te lançar no vazio

Gosto do trabalho do Lars von Trier até porque ele não te engana. O trailer de Melancholia te promete um filme chato da porra. E é exatamente o que ele te dá.  Claro que, se você quiser, pode dizer que o filme vai muito além disso, é simbólico, fala do ser humano e da depressão... e pera lá: depressão é um assunto bom assim? Enfim, se quiser, você pode dizer que viu um filme do outro mundo.

Outro mundo nesse caso é um planeta chamado Melancholia que vai se chocar com a Terra e acabar com a vida. Isso não é spoiler, é uma certeza que o filme te dá; seu chamariz. Tome-lhe cenas lentas no sentido exato da palavra. A abertura é uma série de "quase" fotos se movendo beeem devagar. Muito bonitas e tal. Daí até o final da película dividida em duas partes, temos a ótica de irmãs em que pesa na primeira a irritante depressão de Justine (Kirsten Dunst) em relação a qualquer coisa que topar com ela que naquele momento seria o próprio casamento. E na segunda parte, a mente mais nítida de Claire (Charlotte Gainsbourg), mulher de John (Kiefer Sutherland). Esta já acreditando que o planeta Melancholia é uma ameaça séria em contraponto a opinião do rico marido que confia em pesquisas opostas. E o que de diferente pode fazer uma cabeça nítida ou uma depressiva em relação à Melancholia? boa pegada de Lars von Trier!


A maior graca está na perspectiva de pessoas triviais lidando com o ponto final da vida  com  distância filosófica e tão zero de fantasia quanto se permite. Nada de governos com uma tecnologia supimpa tentando resolver, nada de herói fantástico nem de cientistas com uma solução no último segundo.
Se o filme tem pecado, está no mecanismo do seu desfecho um tanto esticado que chateia. Tropeça aqui e ali e não fica interessante. Faz a gente pensar que a mensagem de Von Trier  poderia caber num curta de 20 minutos e surtiria o mesmo efeito.  Ou,  que fosse melhor: uma minissérie em que pudessem ser abordadas outras famílias, outras situações em vários continentes. Perspectivas mais diversificadas ante a sombra de Melancholia.

Nota: 6,3 atmospheras!






3 comentários:

  1. Tava em cartaz aqui do lado de casa, fiquei sempre dizendo que ia e acabei sem conseguir assistir :/

    http://www.papel40kg.com/

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  2. olha, eu até achei o filme meio bacana, as imagens e a trilha sonora são muito bonitas, mas eu simplesmente não consegui acompanhar a trama, tampouco entendi muita coisa. acho que esse é o unico filme em que eu saí do cinema na metade.

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  3. Pois é peixe200, Lars von Trier tem esse problema. Ele goza de uma superestimação por conta de Dogville, mas faz filme pra si mesmo. Além das belas imagens que vc conferiu, o filme não rende mesmo. Gostaria de dizer" vc perdeu e tal." Mas pra ser bem Franco, perdeu não. Abs!

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