quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Crítica - Batman - Ano Um (animação)

Por que a Warner não entrega de vez o cinema na mão dos animadores?

Eles sabem o que fazem...quase sempre.  Batman - Ano Um é uma animação baseada numa das melhores histórias em quadrinhos de todos os tempos escritas por Frank Miller e desenhada soberbamente por David Mazzuchelli. Pra quem não entende muito quadrinhos,  - não se preocupe, não é uma crítica; conheço editores de quadrinhos que nunca leram uma revista na vida além de Turma da Mônica, aliás nunca leram muita coisa pelo que deu pra perceber -  Frank Miller no final dos anos 1980 foi o sujeito que provou que havia um público adulto sedento por consumir um material mais inteligente. A prova foi o sucesso da revista Cavaleiro das Trevas, uma abordagem adulta e violenta do Batman cujo nome tem influência até hoje; o segundo filme do Batman de Christopher Nolan pegou emprestado 19 anos depois. A coisa foi tão gigantesca que a revista Cavaleiro das Trevas virou notícia em todas as mídias da época: jornais, tv, etc; a ponto de chamar atenção do cinema e realizar o sucesso de Batman de Tim Burton em 1989 (ridículo esse filme, mas foi sim um sucesso) que não teve nada a haver com a história de Miller.

É uma pena que Frank Miller tenha sido assassinado anos depois. Existe um sujeito que se chama Frank Miller e é fisicamente igualzinho ao autor de quadrinhos. Mas na verdade é um gêmeo mal que com  certeza deu sumiço no original e assumiu o lugar dele. A prova é que Miller não apenas nunca mais acertou numa HQ como fez coisas absurdamente asquerosas. Mas isso é papo pra outro dia...

Muito bem feita a animação, ela conta os primeiros meses que envolve Bruce Wayne em se definir como Batman. Ele já veio de seu auto-exílio, já está super  treinado em lutas de todo tipo mas ainda não achou seu símbolo e ainda comete vários erros.
Tão importante quanto Wayne é o paralelo mostrado do incorruptível Gordon que ainda não é comissário e sabe se virar muito bem sem qualquer ajuda. Seja habilidoso na investigação ou em extensos combates físicos na cidade onde a diferença entre marginalidade e homens da lei é praticamente feita de fumaça.

Competente até onde pode, é um mistério pra mim a reação de quem nunca leu o quadrinho. Se vão ser catados pela animação ou simplesmente achá-la bem feita e ponto.  A questão é que todas as fortes emoções, drama e carga de tensão que havia na HQ aqui parece carecer de vitaminas. É excelente a passagem por exemplo, do cerco ao Batman e todas as sombras e movimento bem explorados, mas na passagem seguinte tudo volta ao monotom. Vale a pena conferir? sem dúvida que sim! apenas baixa as expectativas.


Nota: 7,5 atmospheras.


Nenhum comentário:

Postar um comentário