quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Crítica - A Árvore da Vida (por Urbano)

Bonito, hein senhor Malick! Brincando com a existência...

Terrence Malick consegue não apenas fazer um filme contemplativo, mas fazer do contemplativo em si, a graça de se assistir. Isso numa era onde a interatividade manda, não é pouco. Há uma assinatura aqui. Quem viu o excelente Um Novo Mundo vai reconhecer a mesma narração via pensamentos dos personagens e o mesmo apelo da virtuosa fotografia que carrega nossa atenção pela beleza.  Se em Um Novo Mundo isso era recurso pro diferencial da narrativa, em A Árvore da Vida ele é sua construção.

Mas veja bem , é um filme subjetivo. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, há  que se identificar ou não com os pensamentos do personagem narrados em off. E de forma alguma é um filme perfeito na minha opinião. Ele acerta de um modo arrebatador na subjetividade (de quem se identifica, repito) e patina feio pra se resolver. O resultado é uma incoerente desconexão.


O que é?
As memórias e os pensamentos do personagem de Sean Penn remontam sua infância ao lado de dois irmãos, sua gentil mãe interpretada por Jéssica Chastain e seu pai, competência de Brad Pitt, forte controlador, mas que quer o bem da família. Além de flahses da história da infância e pré adolescência, há questionamentos a respeito de Deus num conceito de universo criado e imagens  tão interessantes quanto aterradoras sobre digamos, início e fim da vida.

 Nas imagens, nas idéias às vezes pueris dos pensamentos está a força do filme. Do outro lado temos uma bem  contada vida familiar. O problema é justamente no que conecta os dois mundos. Não funciona. Há momentos de se fazer uma leitura religiosa mas nem qual delas fica claro. E não é uma saída pôr de forma genérica pra se responder e justificar. Me parece que Malick não soube contar sua história direito ou não se resolveu mesmo. |Um dos irmãos do personagem de Sean Penn apenas consta, não faria falta fora dali. E cadê seus pensamentos em outras fases da vida? nada relevante? Não vamos confundir.  Lindo? sim. Mas é a montanha russa cujo carrinho sobe e  na hora da descida ele trava. Fotografia excepcional é uma coisa, direção excepcional  é outra.  Nesse caso, teria sido mais justo dar o prêmio pro mexicano Emmanuel Lubezki.

Nota: 10 atmospheras pra fotografia
5 pro filme.


Nota incoerente? Malick que começou!





Piadinha infame:












Veja Também: Webcomic Atmosphera2

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