sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Crítica - Capitão América - O Primeiro Vingador (por Urbano)

MARVEL consegue boa coisa com personagem difícil e escolha de um ator contra vontade dos fãs.

Eu incluso. A antipatia pelo projeto do filme do Capitão América num mundo onde agora os EUA são vistos muito mais como vilões, foi reforçada pela escolha do ator que interpretou Tocha Humana. Diga-se que Chris Evans mandou bem como Tocha Humana em dois filmes um tanto bobos. Não pelo ator, mas pelo rumo infeliz que a Fox decidiu com o Quarteto Fantástico. Associamos Evans à baixa qualidade do Quarteto. Soma-se um diretor pouco inspirador cujo último filme O Lobisomem é detestado pala maior parte dos nerds (esse nerd aqui curtiu, sou exceção).


Mas vamos lá; um cara que se veste com a bandeira americana e vai pra guerra portando um escudo que mais parece um alvo... e aí, dá certo? O roteiro de Christopher Markus e Joss Whedon surpreendeu meio mundo! E o ponto alto é justamente a justificativa do uso do uniforme do Capitão. "Ohhh, mas é um filme que faz panfletagem!!". Se chama Capitão América, não estranhe um filme chamado Homem Aranha em que o sujeito lança teias.
Longe de ter a excelência de um Caçadores da Arca Perdida, o filme que se passa na segunda guerra, se propõe uma aventura com alguma coisa dessa pegada. Steve Rogers é um cara bem magrelo, não come ninguém, apanha de valentões e quer desesperadamente fazer alguma coisa, como ir pra guerra. Não muito inteligente esse Steve, mas com uma determinação enjoada. Acontece que o governo tem uma divisão de ciências avançadas e um gênio alemão Abraham Erskine (o formidável Stanley Tucci) tem um projeto pra criar um exército de supersoldados se anima com a ingenuidade e esforço de Steve desejando ele como o primeiro de seu experimento.
Em paralelo, um experimento anterior que não deu tão certo e é conhecido como Caveira Vermelha (Hugo Weaving se esforçando bem pra distanciar do Agente Smith) tem a obssessão de domínio global (por que não?) através do uso de tecnologia derivada de um aparato que uma civilização avançada deixou parar na Terra.


Olha, o elenco é tão ótimo quanto o roteiro. Tomy Lee Jones então é uma reinterpretação do que seria alívio cômico. Diálogos que fazem sentido e efeitos especiais em função da história. Coisa que não entra na cabeça de um Zack Snyder ou Michael Bay da vida. A história se dimensiona num tom quase épico, é boa e bem contada. E mesmo com tantos pontos positivos assim, faltou ao Capitão a coisa do exagero digamos. Daquela cena empolgante que faz a gente querer torcer e xingar um palavrão. Isso não tem. A culpa? talvez da falta de imaginação na sequência final, foram tantas explosões que quando chega num ponto importante tudo já está banal. Sabe quando você vai num churrasco, a carne tá ótima mas falta sentir o gostinho da pedra de sal quebrando nos dentes. É isso. Outro ponto baixo e tenho certeza, se deriva da falta de tempo, foi a trilha sonora de Alan Silvestri. Acho Silvestri genial, mas a trilha deste filme não ajuda nas cenas, não fica na memória e modorrenta é suplantada por uma coisa que não nos pega nos excessos como uma tonelada de música nos dos EUA  naquela época.

A cena pós crédito vale a pena ser vista e adianto que você não pode nem piscar.

Nota: 6,9 atmospheras.

Aproveito pra fazer um pequeno protesto: tive uma imensa dificuldade de conseguir assistir esse filme legendado e tive de me deslocar de casa a um cinema distante. Nada contra a dublagem nacional que acho excelente. Mas prefiro assistir o filme com as vozes originais do elenco sem perdas e todo o preparo que o diretor quis como o filme saísse. Seja numa entonação aqui e ali pra dizer isso ou aquela coisa com aquele exato sentimento pretendido, nem que seja um sussurro. Acontece que os cinemas adotaram os filmes majoritariamente dublados mesmo quando existem várias salas exibindo o mesmo. Isso é muito triste. Não reflete "amor do público pela dublagem nacional". Pode refletir uma certa preguiça em ler, um certo comodismo e relaxamento, desculpem mas não vejo outra coisa. Se é isso mesmo, tenho medo do tipo de preguiça que a maior parte de nós está se entregando.


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