Encanto azul!
Leio críticas, claro. E uma delas acabou me convencendo de que Rio configurava o que eu temia e particularmente detesto: o reforço de equivocados arquétipos americanos sobre o Brasil/Rio de Janeiro. De que havia o "malandro", o sujeito de cartola branca e bengala, carnaval acontecendo o ano inteiro... esse tipo de coisa. Com base na crítica que li, abri mão de ver RIO e confesso, só fui assitir porque ganhei ingressos de cortesia.
E aconteceu até uma coisa além da minha má vontade influenciada: confundi o horário, a funcionária do Cinemark (que aliás, recomendo cada vez menos) mal conferiu o ingresso e entrei na sala de cinema nos 20 minutos finais. Claro que fiquei pra rever o filme inteiro que é de um encanto que me deixaria feliz caso eu tivesse pago o ingresso.
RIO sem dúvida lembra, mas não reforça zécarioquices de 30/40 anos. Ele brinca divertidamente com isso em certos momentos, mas apresenta os personagens cariocas como eles são em suas generalizações modernas. RIO não é feito para cariocas e nem os descaracteriza, é pro mundo, uma pegadinha da memória se faz necessária e isso é um acerto. E de forma alguma RIO dá a entender que o carnaval aqui é o ano todo. O filme não poderia deixar mais claro que se passa na semana do carnaval, inclusive um dos personagens principais faz questão de pontuar isso. Dizer o contrário é não arredar o pé do que se temia que o filme fosse. Em suma, uma teimosia infantil no sentido ruim da palavra.
E claro, não é PIXAR. Não compare. Divertir com personagens carismáticos é o que o filme faz na rasa história da arara azul capturada no Brasil quando filhote e levada aos EUA sendo inteiramente absorvida pelo modo estadunidense de ser. 15 anos depois trazida ao Rio para reprodução com a última fêmea da espécie.
Batuque sem chatice
Sérgio Mendes banha a projeção com números musicais que, pela primeira vez, vejo justificados numa animação. Não apenas uma qualidade de um talento sonoro (se é que posso colocar desse jeito) mas pelo roteiro que introduz o motivo em cada sequência musical. E conseguiu deixar feliz um cara chato que nem eu que quero estrangular com fios de nylon cada sujeito responsável pelas festas irritantes em nos finais de Shrek, Robôs e Megamind. Aqui, os números são curtos e funcionam dentro da história, não são mera exibição.
O que poderia ser melhor conmfiguraria uma originalidade nas gags e personagens. De novo eles tem qualquer coisa de já vi antes e as situações rocambolescas são requentadas de filmes anteriores. Mas ver as esquinas, butecos, os rostos dos personagens e até mesmo um directed by Carlos Saldanha deixaram meu ingresso gratuito muito bem pago. Compare os filmes de Carlos Saldanha. Cada um marca um salto imenso relação ao anterior. Na próxima não espero entrada de cortesia. E reforçando o que disse meu amigo Quintella: acho que vi uma estueta no horizonte... A maravilhosa PIXAR errou na mão com o primeiro Carros, tudo indica que erraram de novo no segundo.
Nota: 8 atmospheras!
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