sexta-feira, 15 de abril de 2011

Crítica - Somewhere



Nem pra esquerda, nem pra direita, nem pra cima nem pra baixo... e tem quem diga que é genial...

Depois de tanta poeria levantada e elogios de toda parta da galáxia, fiquei muito a fim de assistir  Encontros e Desencontros de Sofia Coppola pra simplesmente descobrir que não havia nada de mais. São interessantes as tomadas em Tóquio? são com certeza. Boas cores, uma sensação de estar perambulando de madrugada e as tentativas de se focarem nos lugares e em sentimentos natimortos pelos olhares de Bill Murray e Scarlett Johansson. É legal? sim. É excepcional? de forma alguma. Não há muito mais que uma competente direção de atores. Muita gente pode ficar aborrecida com isso, mas o filme é tão esquecível quanto um G.I Joe da vida. E, na minha honesta opinião; tão raso quanto. As coisas são postas lá e só.



Gente, filme parado nem sempre é sinônimo de filme bom. 

De qualquer forma, o ser humano é estranho; ele quer por que quer pertencer a uma classe "superior" e colocar valores onde - e sei que estou me repetindo - efetivamente não existem. Daí uma certa torcida de nariz com cenas de algum blockbuster espetaculoso e uns risinhos afeminados cultuando algo que não está lá.  Creio ser o caso de Encontros e Desencontros e o caso de Somewhere, mas desta vez, um tanto pior. Por mais sem enredo que seja Encontros, você fica desejando que algo aconteça. Não acontece, mas há o desejo. Isso não existe em Somewhere (flertei com um trocadilho agora) que é a grosseiramente falando, um "remake" de Encontros. É o mesmo tema; um cara e dessa vez também um ator, fora de foco de seu mundo. Meio que sem direção, quase melancólico. Se o gancho pra algo com sabor de vida para Bill Murray era a Scarlett, pra Johnny Marco, personagem de Stephen Dorff, seria sua filha Cleo, vivida por Elle Fanning. Pro resto do mundo Johnny Marco está anestesiado com uma solidão de percepção. E o caso dele é grave porque nem louras gêmeas deliciosas o despertam pra algo. Daí o filme se desenvolve em... não, não se desenvolve. Uma conversa aqui, uma ali... um cachorro latindo no fundo do quintal... nada é interessante. As coisas ficam ali, paradas.

E por favor, não me acuse de querer ver explosões, tiros de laser  e frases de efeito aqui. Não é o caso. Mas alguma inteligência, aguma sensibilidade real e não a dissimulação dela era o que de fato, um cinéfilo merece. E não um filme que não avanca nem comunica mais do que o próprio cartaz. Desnecessário assistir Somewhere. Ele te diz a que veio em um frame. Uma pintura, uma foto fala mais.

Nota: 2,8 atmospheras.


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