Crítica - Cisne Negro (por Urbano)

Natalie Portman é gulosamente tragada por Mila Kunis! Pronto, falei!!



E, sim, essa é a melhor cena de Black Swam. Nada me tira da cabeça que Darren Aronofsky, que pra mim só acertou de verdade com Requiem para um Sonho e no ótimo O Lutador,  como todo nerd, sonha com as beldades mais gostosas da tela fazendo aquelas acrobacias. E Natalie Portman é um alvo certo. Hahahaha! vai me dizer que Aronofsky  fez todo o arcabouço de Cisne Negro a fim de embalar uma história de fantasia esquizofrênica? ele quis foi as duas delícias se pegando! Leia mais


Independente da linda e lambida cena, o filme funciona também como uma fábula calcada mais em seu visual do que na história em si. A história na verdade é uma caixa de vidro de tão transparente e óbvia. Mas talvez fosse um erro de julgamento da minha parte acreditar que ele quisesse alguma surpresa ali. Com interpretações nos picos não apenas da impressionante Natalie que vive uma bailarina com problemas de foco na realidade, mas de todos os envolvidos, cada um fazendo o seu  na unha. Shows a parte de Winona Rider onde tive dificuldade em reconhecer e Vincent Cassel com uma afetação surpreendente como o senhor do teatro de Nova Iorque.

A sinopse do filme é "o" filme: Nina quer a perfeição como bailarina e tem a oportunidade de executar isso com uma disputadíssima versão ultra de O Cisne Negro. O que acontece na história da peça passa a se refletir na busca  de Nina.

Cisne Negro é pra ser curtido por sua execução e não pela espera de uma surpresa ou reviravoltas ou mesmo diálogos bem engedrados, até porque não tem mesmo nada disso. Até aí, se delicie com os ângulos, interpretações, trilha e visual; arte em movimento. O maior problema é talvez a exposição de sua estrela, a obsessão de Nina e suas fragilidades saindo pelos poros focam excessivas e começam a incomodar ao ponto de irritar o expectador com tanta melação. Então vem o desfecho um tanto bobinho. Mas está perdoado Aronofsky, faça mais!!


Nota: 6,7 atmospheras!