domingo, 9 de janeiro de 2011

Crítica - Enterrado Vivo

No dia mais claro, na noite mais densa, no caixão mais escuro...

A versão do título Buried em português: Enterrado Vivo, é uma piada gay pronta.
Mas besterebas a parte, o filme joga pá de terra pesada em qualquer gracinha logo nos primeiros minutos. E ele consegue mais façanhas como desenterrar uma excelente interpretação de Ryan Reynolds e vitamizar o ódio ao mesmo tempo tanto pelos iraquianos quanto pelos americanos. E, se você já acha visitar o Iraque uma coisa pouco atrativa, depois de assistir Buried, vai cortar da lista de projetos pra 2011 ou 2000 e qualquer coisa
. O motorista de caminhão Paul Conroy acorda dentro de um caixão basicamente com um isqueiro e um telefone celular já acabando a bateria. Não há outros atores visíveis e nem qualquer outro cenário. Isso poderia ser um convite pra chatice, repense: não é. Ponha no hal das melhores surpresas de 2010 na contramão de um monte de coisas 3D  e de megaproduções; Buried acerta a cada minuto. A experiência é desagradávelmente maneiríssima. Tudo que você tem são as conversas crescentemente desesperadas de Paul com o mundo exterior através do celular com os sequestradores sempre muito putos, tentando achar a família, tentando achar competência nas autoridades americanas que informam a ele e a todos nós um dado tão assustador que, sendo verdade ou não, me dá medo só de olhar o mapa do Iraque.

Eu quase que posso dizer que assisti em "4 D", estava enrolado em agasalhos com pouca respiração, gripado e com muita febre no momento que via o filme e mesmo assim, a coisa me arrastou até o final e antes de chegar lá ainda com surpresas e um roteiro de passagens movimentadas. Parabéns ao roteirista Crhis Sparling que acaba de derrapar transgredindo uma norma do Oscar: o sujeito enviou e-mail pedindo apoio a indicação de melhor roteiro; merece, mas segundo as regras da academia, ele não poderia ter feito isso. O diretor que consegue fazer de Ryan Reynolds mais que um Ben Aflek genérico,  é o espanhol supimpa chamado Rodrigo Cortés que estréia neste filme.

Nota: 8,7 atmospheras!



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