terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Crítica - Tron - O Legado

Não dá pra revolucionar? vamos fazer bonito!

Caramba, o cara entra no  computador!! Esse era o pensamento do pequeno Urbano (faz de conta que tenho importância ok?) em 1982 olhando preto e branco imagens de um tal de Tron que era comentado em programas de TV. Tron - Uma Odisséia Eletrônica foi um dos filmes que mais tive vontade de ver na vida! Uma criança nerd fica sonhando as imagens e completando  enredos com as migalhas que a mídia daquela época jogava... era tão legal. Depois de crescemos, a mesma coisa. Só consegui realizar esse sonho em 1986 quando os comerciais de Nescau abusavam da fórmula de Tron. E foi a primeira vez que me decepcionei com um filme. Tron era arrastado. As musiquinhas blip e blop enjoavam. Eu me empolgava com a batalha das motos e com a idéia central. Só isso. A Disney fez algo impressionante de vanguarda e isso é importante. Mas divertir com o filme não rolou.

É claro que com a epidemia de remakes da década de 1980, Tron estaria na esteira, ele carrega um certo culto. Mas pera lá, a Disney não refaz a coisa com a tecnologia atual, ela decide contar a segunda parte da história, talvez aproveitando o poder do ator Jeff Bridges.

Nessa parte 2, o filho já marmanjo de Kevin Flyn (Bridges), Sam Flyn (Garret Hedlund, isso não foi um pigarro, é o nome do rapaz) vai inadvertidamente cair no mundo em que seu pai está preso desde 1989. Veja bem; a aventura do Flyn pai foi em 1982, ele sai do jogo e volta várias vezes até que em 1989 ele tá agarrado na terra do neon.

 Com uma diferença aqui e ali e claro, upgrade em tudo, Tron: o Legado  é uma cópia carbono da estrutura da história anterior. O que o torna legal e paga seu dinheiro suado é a soma das qualidades visuais com a música do Daft Punk. Praticamente um clipe. Você vai aproveitar mais ainda  esse Tron surfando nas peculiaridades que conseguir identificar; a disco music, as revisitações aos lugares-comuns. Críticas que falam bem e falam mal estão todas certas e não tenha isso como um  paradoxo, eu desato esse nó: Tron funciona bem demais  num espectro de leitura específico que faz a gente dar uma aliviada nas cenas que deveriam ser cortadas como o sem nexo pulo de Sam no mundo real. Longe de ser qualquer coisa dubalacobaco que vai fazer você sair jogando CDs nos outros,Tron satisfaz, mas pra isso você tem de relevar várias coisas que não faria sentido. Em contraponto, há um comentário filosófico do velho Kevin Flyn em certa altura do filme que engrandece o engenho e justifica com graça aquele mundo improvável.

O elenco inclui o camaleão Michael Sheen num personagem com os maneirismos do Charada (muita gente pensando que era David Bowie) e a delícia da Olívia Wide um tanto apagada num personagem sem muito poder.  A direção é de Joseph Kosinski com apoio do criador do Tron: Steven Lisberger.

Em tempo: a ótima dublagem nacional não acertou neste Tron. O tom ficou infantil e muita coisa se perdeu. Nada contra a dublagem nacional, mas no caso de Tron, não recomendo. Assim como o 3D subutilizado que vai agradar apenas aos sujeitos que cismam que o 3D deve ser leve. Eu preferia muito mais ter visto pedaços das motolasers se espatifando do canto da tela em minha direção. Mas tem gente que diz que isso é "mau uso".


Nota: 7 atmospheras.

2 comentários:

  1. Ainda não vi o filme. Mas a crítica aí tá interessante...eh
    Abraço

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  2. e um otimo filme!!!
    assistam no cinema de preferencia o efeito grafico e surpreendente vale a pena!!!

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