domingo, 3 de outubro de 2010

CINEMA - A Ressaca





Hot Tube Time Machine é o ótimo nome original de uma comédia sobre
viagem no tempo. Steve Pink dirige a história de um grupo de amigos que já passou dos 30 colecionando fracassos. Uma combinação de bebidas e uma banheira com painel elétrico transporta as mentes deles pros seus próprios corpos nos anos de 1980. Parecido com a premissa do muito mal aproveitado seriado Odyssey 5 cancelado em 2002.  Daí é dançar entre erros e acertos. Na verdade há mesmo uma coisa no ar da cultura pop de retornar aos anos 80. E parte dessa cultura é uma resposta mesmo ao que nós sentimos.
Talvez tenha sido a última década em que a gente desfrutava uma novidade durante meses ou anos ao contrário do não mais que alguns segundos de agora. As coisas tinham gosto de azul. Hoje, até a vitamina C de comprimido  efervescente parece dissolver um quarto do tempo de antes. Essa saudade do desfrute, curiosamente produz menos exemplos de filmes e seriados do que se esperaria ao passo de que se resgata e quase sempre se estraga os "clássicos oitentistas" em remakes com a velocidade atual. Nos tornamos todos "the flashes."  Hot Tube não desacelera, mas desanda. Boas incursões como topar com o "ator" de Karatê Kid, novo como na época, colidem com uma idéia escatológica aqui e outra ali. Ótima (e faz bem aos olhos) a sacada da mulher com os peitos de fora na banheira; uma referência as comédias que abusavam desse recurso na época e desagradável a idéia de sanguinolência. Pelo menos eu não vejo a menor graça em assistir alguém perdendo um braço. No mais, a gente ri sim várias vezes e não consegue mais talvez também por conta da direção do elenco um tanto desregulada. Ninguém parece natural. Tanto tempo que não vejo uma comédia americana que poderia classificar de excelente. Acho que desde os anos 80.

Nota: 5,8 atmospheras.




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