terça-feira, 27 de julho de 2010
CINEMA - Ponyo
Hayao Miyazaki entende, resgata e encanta.
Sem a propaganda maciça que teve A Viagem de Chihiro, Ponyo mesmo sendo mais encantador, não está atraindo o público. E a história dessa vez ainda que carregue seus momentos insólitos, fala a um espectro bem maior. Ponyo é um peixe que quer se transformar numa criança, se tornando o amor infantil e incondicional do menino Sosuke. Este vive com a mãe em uma casa num rochedo e tem o pai marinheiro ausente a maior parte do tempo. Como todo filme de Miyazaki, os absurdos, toda a panacéia "mística" com a natureza desponta colossalmente e os persongaens reagem como se isso já fizesse parte de seu cotidiano. Aliás, como se fosse uma coisa rara, mas não improvável pra eles. Isso puxa bastante nossas reações e de coadjuvantes em nossos sonhos. Ter a sensibilidade de traduzir isso pra um filme, só Miyazaki mesmo. E tome-lhe cenas espetaculares dos mares revoltosos em forma de peixes, entidades humanizadas e uma coisa bastante especial: a falta de vilão. Miyazaki não reconta a história do "bem contra o mal" pela bilionésima vez. Não usa o clichê pregado como fórmula "a jornada do herói". Ele dispensa isso. Vale a sensibilidade, valem as reações e preocupações infantis do menino Sosuke. E agente que assiste bastante Miyazaki percebe também os limites desse mundo imaginário, os seres que lembram outros das antigas animações, o túnel que parece o túnel da Chihiro. O que de modo algum compromete uma experiência pura. É um sonho. Um sonho muito bom.
Nota: 8,5 atmospheras
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