quinta-feira, 13 de maio de 2010

CINEMA - Homem de Ferro 2 (por Urbano)

Sem ferrugens!

Homem de Ferro 2 tem vários pontos superiores ao primeiro filme. O maior deles é que você desfruta melhor quando assiste pela segunda vez. O  Iron Man de 2008 se esgota numa primeira vista, é uma história melhor contada que o novo filme,  mas a diversão gasta. O segundo tem essa coisa rara no cinema atual de detalhes tão rápidos tanto em diálogos quanto em cenas sacadas, que não é redundante ver de novo, pelo contrário. Proeza da evolução do diretor Jon Favreu e sua compreensão do universo Marvel e de um cinema de entretenimento que pode sim ser inteligente e refletir a velocidade da época atual que prima por informação fragmentada.

O mundo esta sob impacto da fantástica tecnologia criada e possuída por Tony Stark. Ela causou uma pausa nas potenciais ameaças aos EUA já que nada se equipara ao poderio bélico que um único homem detém ou na possibilidade de seu país dominar essa tecnologia. Um problema que Stark prevê pra daqui há alguns anos. Por enquanto ele curte sua vida que também parece ter prazo datado pois seu organismo é contaminado pelo paladium, elemento que concentra a energia, alimenta a armadura e ajuda a manter os estilhaços que ganhou no conflito do primeiro filme longe do coração. Enquanto isso na Rússia, Ivan Vanko (Mickey Rourke) é também um físico brilhante que herda esquemas da tecnologia de seu pai e uma motivação justificadamente vingativa contra o legado dos Stark.
As deficiências do filme são no um tanto excessivo número de piadas, na infeliz troca do ator Terrence Howard por Don Cheadle que não combinou de jeito maneira com o coronel Rhodes. Nada justifica um militar de 1,50m  e 40 quilos. Não importa quem é "melhor ator" nesse caso, o tipo físico de Cheadle não funciona simplesmente. E pega também numa armadilha criada pelo próprio Jon Favreu; a verossimilhança. Como se trata de uma ficção científica, há uma preocupação bacaníssima do diretor em manter os pés no chão ao mesmo tempo lidando com uma situação fantástica. Então não há abusos de coincidência no filme (preferimos assim!) mas acabou seguindo um caminho "mais do mesmo" em relação ao anterior. Novamente os vilões são em função da própria tecnologia e novamente é combate de armadura contra armadura.
Agora vamos as coisas boas: todo o resto e não é pouco! Avanço positivamente destoante nos efeitos visuais, a melhor sequência metralhadora de diálogos já feitas num filme baseado em quadrinhos, tem hora que parece que Woody Allen passou por ali. Elenco com exceção do Cheadle muito acertado.Carisma invencível de Robert Downey, babaquinha fútil e mesmo assim um gênio e herói, o nonsense Justin Hammer vivido bem demais pelo Sam Rockwell cheio de maneirismos e deslocado da realidade. Um impagável Mickey Rourke que se tornou um vilão plausível (e eu pensando que seria um brutamontes rosnando) e o ator senhores, se transformou num russo na melhor interpretação do filme. Por último a coisa mais gostosa: Scarlet Johanssen como Viúva Negra. Muito, mas muito, mas muito mesmo de verdade... gostosa!  Ela é um efeito especial em si e ainda interpretou! Coisa que Megan Fox não sabe o que é.

Não é o Cavaleiro das Trevas e não é pra ser mesmo.
Tony Stark não é o Batman. Esse não é o momento  sombrio da Marvel. Nutre neste filme cada vez mais  a consolidação desse universo no cinema com a aparição do escudo do Capitão América, citações, Nick Fury, Shield... e o instigante pós créditos. As piadas são inteligentes e cabem (ok, admito um pequeno deslize). Mas não são nada bobas quanto aquelas ofensas dementes de Transformers e a ação você entende, não são "manchas" rápidas na tela mal pintadas por Michael Bay. Aqui você vê a luta por mais mecânica que seja seu enfoque.

Desejamos que Jon Favreu voltar atrás e pegue o filme dos Vingadores que está nas mãos do irregular Josh Whedon. Por se consolidar um personagem sci fi, Favreu não quer misturar a parte mística da Marvel (vulgo: Thor) com o tão pseudo plausível Homem de Ferro. Mas senhores, é quadrinhos. Cinema é diversão e não um tratado de realidades. Não quer dizer que tudo deva descambar pra fantasia.  Basta fazer do jeito certo; uma frase no filme insinuando que os personagens asgardianos poderiam ser extraterrestres e ter influenciado o conceito que temos sobre divindades e está tudo resolvido. Só precisamos de uma desculpinha. Há boatos de que seguirão por esse caminho. É o que nós fãs e amantes de sci fi gostaríamos.

Nota: 8 atmospheras!

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Um comentário:

  1. Cara a Scarlet Johanssen realmente acabou com o meu coração! Como de costume... E esse filme realmente se saiu muito bem na minha expectativa: diversão, cinema é isso! um filme de herói tem de partir deste princípio, o Batman parte disso mas por outro foco e diverte também mas mexendo com mais emoções. O diretor tem todo o crédito desta conquista, sequências de filmes de sucesso costumam cair na armadilha do "produto para consumo imediato" e até nisso eles souberam agradar a todos! Deu até vontade de comprar a máscara e a luva do homem de ferro! rs...

    Urbano, parabéns pelo seu blog, acompanho sempre!

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