Sou suspeitíssimo para falar Dele; afinal, o Cara habita meus ouvidos há, pelo menos, uns 17 anos. E, mesmo assim, ainda me emociono pacas com o Sujeito. Refiro-me a Neil Young, senhoras e senhores. É que só agora caiu nas minhas mãos o "Live at Massey Hall", registro de um show solo no Canadá, terra natal do guitarrista, realizado em 1971. O álbum faz parte da série Archives, que traz apresentações históricas na carreira de Young, antes só disponíveis em versões pirata. Do lote, também vale cada centavo investido o "Live at Filmore East", acompanhado da sua lendária banda de apoio, a Crazy Horse, em 1970. Mas o disquinho com o Homem no palco apenas com o seu violão e o piano, é de arrancar lágrimas!
Em 1971, Neil Young estava promovendo o seu terceiro álbum solo de estúdio, o estupendo "After the Gold Rush", do ano anterior. Por isso, o CD - em formato digipack, porém sem encarte (apenas uma ficha técnica e a reprodução de uma crítica de jornal da época sobre o show na parte interna da capa dupla), com 17 faixas - traz várias músicas daquele disco e do segundo, o "Everybody Knows This is Nowhere", mas também prenuncia canções que só apareceriam no "Harvest", o não menos clássico LP de 1972. De quebra, Young entoa pérolas do seu repertório mais antigo, como "On the Way Home" (Buffalo Springfield), "Helpless" e "Ohio" (Crosby, Stills, Nash & Young), e duas que ele nunca gravaria oficialmente: "Love in Mind" e "See the Sky About to Rain".
Desse modo, este "Live at Massey Hall" serve como uma excelente introdução ao Maravilhoso Mundo de Neil Young, pois mostra, na essência, o que é a arte desse trovador que, mesmo solitário, encanta qualquer ouvinte amante da boa música. Das caixas, soam não apenas belíssimas melodias e letras humanistas, mas também sinceridade, atitude tão rara hoje entre os "artistas".
Neste fim de ano, dê a si mesmo um presente especial: ponha para rodar essa bolachinha antiga, que é um tapa na cara dos tediosos "mudernos".
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