quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CINEMA -Tá Chovendo Hambúrguer


Muito mais que uma chuva!

Olha... como essa crítica está vindo tarde... o motivo é que após ler tantos comentários negativos, fui deixando o filme pra depois... pobre de mim... se não tivesse assistido no telão e desfrutado da maior supresa que tive esse ano, eu me daria uns cascudos!

Tá Chovendo Hamburguer (Cloudy with a Chance of Meatballs) é uma animação adulta, nada bobinha e numa rota diferente da epidemia de animais falantes que infestam as produções 3d. Claro que você pode e deve levar toda a família, mas quanto mais for antenado pros detalhes inteligentemente postos, mais vai curtir uma animação que só não faz mais sucesso porque não veio com o selo de garantia da Pixar. Eu afirmo : essa produção da Sony não deve nada à maravilhosa Pixar. Nem em relação à talentosa direção de arte que aqui é assinada por Michael Kurinsky que consegue deixar a gente como se estivesse transitando nos cenários paupáveis da ilha, apesar do contexto absurdo, nem em tecnologia e texturas impressionantes e tampouco no roteiro que é uma das coisas mais originais a encher a tela de pixels em 2009.

Flint Lockwood é um gênio nerd que quer deixar uma marca no mundo com o reconhecimento em sua cidade. Na verdade, uma ilha estagnada até nos costumes cuja única base econômica são sardinhas. Flint cria uma máquina capaz de alterar estruturas moleculares da água e moldá-las em forma de diversos tipo de comidas de seu banco de dados. Em um momento, isso foge ao controle...

O diretor Crhis Miller não apenas acertou o que fazer com a premissa insólital, também deu camadas aos personagens, inclusive secundários e brinca com os desvios da mesmice. Uma coisa é a moda de fazer referências que espoca em tudo que é filme. Elas existem aqui mas em outro nível como por exemplo, o brinquedo Genius que é um detalhe do laboratório do cientista. Com o caminho definido da ambição de Flint catapultado por seus traumas de infância, o diretor traça uma linha até sua fase adulta e, embora as piadas estanquem divertidíssimas entre um ponto e outro, há momentos assegurados pra falar de morte, de dificuldades que um nerd tem em relacionamentos, de suas diferenças em relação à maioria, a tristeza da solidão e sua ligação com a época em que cresceu, os anos 80! Assados nesse forno temos um bom cheiro de Monty Python (!) temperado com ficção científica. Apenas próximo ao desfecho que há um exagero na ação, mas nada que comprometa uma das melhores diversões do ano.
Inteligente e surreal, Chovendo Hambúrguer não merece menos que 9 atmospheras!

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