quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CINEMA - Distrito 9 (por Urbano)


É pobre mas é sujinho!

Uh-la lá! Finalmente comento um dos filmes que mais esperei e finalmente duas opiniões aqui no Atmosphera! Aplausos! aplausos! bom, quem se importa....

Neil Blomkamp é meio que apresentado como sidekick do Peter Jackson. E ninguém gosta de sideckiks. Nem eu... mas o trailer e os comentários e, claro, meu gênero predileto; a ficção científica séria, garantiram minha ida ao cinema. Restava saber se ficaria feliz durante. Fiquei sim senhora!

Uma nave grande pra chuchu pára não em Los Angeles ou Tokyo ou Manaus... mas no céu de Joanesburgo, África do Sul (onde o diretor cresceu). Os alienígenas não vieram conquistar nem trazer mensagens de paz e benefícios... simplesmente a porcaria da nave pifou e eles estavam perto. Só isso.
20 anos após o fracasso da humanidade em aproveitar decentemente a tecnologia e com o deslumbramento da novidade acabando, os ets já são milhões vivendo do jeito que conseguem se ajeitando numa favela. Com o passar do tempo, há conflitos com a população pobre que já morava nos arredores. Quando a violência estancada já está envergonhando demais as autoridades humanas, eles decidem remover os aliens pra um lugar onde em tese, teriam um controle melhor. Nesse momento, Van de Merwe (Sharlto Copley), um tremendo dum palerma, é destacado pra liderar a remoção do povo alien e o que acontece com ele é a linha do novelo que muda o rumo do filme de documentário pra ação, sem nada abaixo de uma superprodução moderna do gênero. A diferença transcende na narrativa, na credibilidade do roteiro à toda prova: não vi falhas! E numa coisa que amo quando encontro: criatividade. Seja no sistema de armas do mecanóide apresentado, seja na crueza dos cenários sujos o tempo todo com imagens hiperpoluídas. Carne crua é a lei.

Kafkaniano e mesmo assim crível!
As pessoas naturais dando seu parecer num documentário, imagens tremidas se ajustando em foco, a narrativa montando as peças na sua frente decorada por efeitos especiais irretocáveis. E não para aí. Cada possível furo do filme que eu ia antecipando, chato como sou, era destrinchado e solucionado no momento seguinte pra minha felicidade. Tem lá aqueles seus rompantes sim de cinema hollwoodiano, mas são poucos e não estragam até as mensagens de incômodo e discriminação, frutos do ambiente inusitado. O vilão é interessantíssimo pois são os arquétipos da crueldade humana pintadas lá como nunca se viu numa sci fi. E o herói não é ninguém revolucionário ou com qualquer idéia imaginativa. É só um bocó que é até a favor do sistema. Nasce com Distrito 9 um novo caminho pra ficção. E isso no marasmo criativo que vivemos hoje, é bastante coisa.
9 atmospheras!

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