terça-feira, 24 de novembro de 2009

Assisti agora - Bastardos Inglórios


O melhor filme do Tarantino... e isso quer dizer?

Se você não gosta de filmes do Tarantino, existe uma certa resistência como se você não estivesse entendido o filme ou não curtisse cinema de modo geral. Achar Tarantino um deus do cinema meio que se tornou um tipo de obrigação pra cinéfilo. Mas não se preocupe, não há nada de errado contigo. Não há pecado algum em constatar Kill Bill um filme chato, mal feito e desagradável a cada momento. Não quer dizer que você não entendeu o filme. Entendeu sim. Só não viu nada demais.

Quer a verdade? A grande parte dos fãs de Tarantino entenderam o filme bem menos que você. O que é mais triste é a intelectualização forçada da coisa. O culto ao que de fato é ruim. Numa rodada de chopp por exemplo, está lá a turminha intelectual que entre baforadas exaltam qualidades do filme que efetivamente nem estão lá. Ou pontos que sequer chegam a ser qualidade de alguma coisa. Cultos a Kill Bill enfatizam a homenagem de Tarantino aos filmes setentistas de artes marciais. Acontece que muita gente que diz isso, jamais assistiu a um filme setentista de artes marciais ou na verdade os odeiam. Estão apenas repetindo o discurso que ouviram de alguém/leram na internet a fim de se sentirem cult. Um tipo de carência moderna e cá entre nós? bem boboca. Eu assisti tais filmes e posso dizer: são mesmo uma bosta.

Bastardos Inglórios tem uma idéia simples mas promissora; um grupo de soldados judeus formam uma resistência dedicada que vai caçar nazistas se tornando um tipo de gangue lendária de justiça e terror. E isso num universo despreocupado com a história real como é a proposta, daria um filme divertidíssimo, quem sabe nas mãos de um Guy Ritchie. Mas como não foi, a coisa se perde. Excelentes atuações de todo o elenco, que inclui Brad Pit como chamariz, um Mike Meyers irreconhecível, fotografia bem cuidada, boa produção e ... diálogos enfadonhos, situações idem. Nada mais que isso. Ter o tal grupo caçando nazistas? isso fica na promessa. Aliás, nada acontece. O filme é só uma série de desculpas pro momento final. E o que é pior: desculpas ruins.

É basicamente uma sucessão de cenas onde um personagem explica a outro alguma coisa. E cada personagem o faz do mesmo modo. Não há caracterizações em sua linguagem. É o mesmo jeito de discurso repetido. O que muda é o ator que empresta seu diferencial. Isso não é genial ou uma "assinatura" do cineasta. É sim, uma puta limitação. E é sim, chato demais. São intermináveis...

Agora, se você pensa que a premissa que eu concordo que é boa, é algo "genial" do cultuado diretor, pense de novo. Vou assistir ao Bastardos Inglórios de 1978, do italiano Enzo G. Castellari esse do cartaz acima e te digo depois o que tem de bom, aliás, uma das coisas que acho bacana de verdade é esse resgate, Castellari participa do novo filme assim como Bo Svenson que atua dentro do filme exibido que os nazistas assistem. Essa não te contaram né? não se preocupe; agora que sabem, vão te dizer que é uma homenagem "genial".

O nível de genialidade anda baixinho, baixinho...

Nota: 3,5 atmospheras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário