sábado, 12 de setembro de 2009

CINEMA - Anticristo

Na trave

Rei dos ótimos filmes crus; Doville, Manderlay, Dançando no Escuro... Lars von Trier em depressão e abrindo mão de seu Dogma 95 (conjunto de regras cinematográficas limitadoras como não uso de filtros, etc.) estaria mesmo em estado de espírito pra nos gerar o filme de terror definitivo. Anticristo nos prende quase hipnóticamente e se desenvolve até um ponto questionável. Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg pulam de cabeça em seus personagens e o interesse é mantido por conta deles mais do que qualquer outra virtude. De luto pela perda do filho e ela se afundando em desepero, decidem ir pra uma floresta num lugar que chamam de Éden. Pisicanalista, ele tenta um plano pra ajudar na dor da esposa, mas as circuntâncias levam a uma outra coisa.

Envolvido num bom clima denso, interação quase poética e temperado com passagens pornôs, Anticristo escorrega apelativo com cenas planejadas pra chocar, fracassando em algo mais. Não questionando o talento, mas quem desconfiava que a maturidade de Trier era falsa, aqui ele parece entregar isso. Não é tanto o pornô ou a violência que incomodam, mas a falta de senso pra sustentá-las numa funcionalidade narrativa. Anticristo entretém um pouco, incomoda pela agressividade... e só. Não dá medo nenhum. É aquele pré adolescente pertubado que entre uma masturbação e outra quer dar susto nos amigos mostrando um animal morto. Tem ânsia de crescer, mas precisa mesmo é de ajuda psiquiátrica.

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