Direção Forte de Uma Teia Fraca.
Eu sempre disse que não conheço muito bem o
universo dos quadrinhos como alguns de meus amigos, mas ainda tenho a memória
de alguns programas e desenhos que assistia quando garoto. Por causa disso,
guardei várias referências de muitos dos meus heróis preferidos. Homem-Aranha é
um deles.
O filme
de Marc Webb é um novo recomeço para o aracnídeo encapuzado, e nos mostra uma
nova adaptação da história de Peter Parker. Nela, uma versão que vai desde a
infância de Parker até os dias atuais consegue distorcer algumas
características que sempre considerei marcantes, trocando o jovem
repórter/fotógrafo do Clarim Diário, único elo de ligação com o Aranha, por um
estudante universitário/skatista. Nada contra o esporte radical, mas
perderam-se as melhores referências do herói. Até a figura emblemática de J.J.
Jameson foi deixada de lado.
Mas
vamos ao filme em si: Peter, após a famosa picada de uma aranha geneticamente
modificada, dentro dos laboratórios da Oscorp (onde está o Sr. Norman Osborn
???), se transforma num mutante, meio humano, meio inseto. E vai realizando as
famosas descobertas de quem, de uma hora pra outra, adquiriu super poderes.
Escala paredes, torna-se forte, ágil, adquire o famoso “sentido aranha”. Enfim,
vai adaptando-se a uma nova realidade, e tirando certa vantagem disso. Em
paralelo, o filme conta o drama do Dr. Curt Connors, e sua busca pela fórmula
da regeneração de membros humanos. O resultado, óbvio, descamba para o
surgimento do vilão mais feroz do Aranha, o Lagarto. Em meio a essa trama, está
o mistério que envolve a família de Peter Parker, que, em sua mocidade, é
criado pelos tios boa-praça Ben e May.
Sobre a
direção de Marc Webb: ele acerta na concepção plástica do Homem-Aranha, e
consegue captar com precisão os movimentos e as poses dos quadrinhos e desenhos
animados. A forma como o herói se movimenta, salta, escala paredes ficou
extremamente fiel. A dinâmica das cenas de ação são de corte rápido, promovendo
uma verdadeira montanha-russa de imagens bem montadas. O roteiro de James
Vanderbilt, Alvin Sargent e Steve Kloves, este último responsável pela
adaptação de quase todos os livros de Harry Potter para o cinema, com exceção da
Ordem da Fênix, é bem escrito e vai pontuando o filme com várias surpresas e
deixa toda a história bem “amarrada”.
Do
elenco não dá pra falar muito, porque poucos se sobressaem. Rhys Ifans, que foi
o amigo escroto de Hugh Grant em Um Lugar Chamado Notting Hill, interpreta o
vilão Lagarto, bem como o Dr. Curt Connors, com competência. Emma Stone ficou
certinha no papel de Gwen Stacy e Martin Sheen e Sally Field recriam os tios Ben
e May aquém dos trabalhos de Cliff Robertson e Rosemary Harris.
Bem,
falar de Andrew Garfield como o Aranha é complicado. Fisicamente, em nada se
iguala ao herói dos quadrinhos. O rosto, inexpressivo, perde feio para Tobey
Maguire, que também não é lá essas coisas, mas possui traços mais marcantes.
Seu trabalho dentro do papel é somente correto, nada de excepcional.
De
resto, é aguardar por mais uma sequência, ou duas, quem sabe. A ilustração do
filme deixa isso uma pouco em aberto.
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