Desde Amnésia que Christopher Nolan me surpreende. A história do homem que possuía
perda de memória diária colocou o diretor na cara do gol, e acabou por ser
indicada aos Oscars de Montagem e Roteiro Adaptado. Após esse sucesso, ele ainda filmou Insônia, antes de entrar de cabeça na
saga do Homem Morcego. No meio da
trilogia ainda fez O Grande Truque e
A Origem, um dos filmes mais
comentados e polêmicos de 2010, do tipo “ame-o ou deixe-o”.
No
último (será ?...) filme da trilogia, Nolan
nos apresenta Bane, um vilão mau
feito pica-pau, que chega a uma Gotham City para varrer a cidade com violência
sobre violência. Já se passaram oito anos após o herói mascarado ter sido
acusado de matar o advogado Harvey Dent,
e precisa voltar para botar ordem no caos armado pelo sinistro criminoso.
Nolan queria alguém que fosse capaz de
sobrepujar a coragem e o heroísmo de Batman
e, assim como escreveu meu amigo Urbano, colocou Bane para triturar a alma e a coluna vertebral do Morcegão. Bane é
mau ? Sim, claro ! Mas sua escalação para fechar a trilogia deveria ter sido
mais bem pensada. Obviamente, em comparação com o Coringa, Bane é um
Ursinho Carinhoso, pois não tem a alma sórdida nem a mente distorcida como o
louco de pedra que foi magistralmente interpretado por Heath Ledger. Em todo caso, Bane
cumpre bem o papel, o filme tem bons momentos de ação e tensão e o roteiro dos
irmãos Nolan (Jonathan e Christopher)
amarra todas as pontas, deixando algumas soltas para um final até que
previsível. A idealização de todas as traquitanas usadas por Batman é um capítulo à parte, com
destaque para a Bat Motocicleta, que consegue fazer manobras de fazer corar até
o campeão mundial Valentino Rossi.
Falar do
elenco quase que totalmente estelar é complicado, pois todos se saem muito bem.
Christian Bale talvez tenha sido o
melhor intérprete de Batman no
cinema, unindo frieza e destreza física, ponto em que os outros atores sempre falhavam.
A dupla fiel Morgan Freeman e Michael Caine dispensa comentários, Marion Cotillard e Joseph Gordon-Levitt estão bem encaixados nos personagens e Tom Hardy criou um Bane à altura de sua
maldade física e mental.
Mas a cereja
do bolo (e que cereja !!!) ficou mesmo por conta de Anne Hathaway e sua DELICIOSA Mulher
Gato, que, por sinal, não é tratada por esse codinome, sendo conhecida
somente por Selina Kyle. Plasticidade,
sensualidade e um toque de humor fizeram da heroína/vilã da atriz uma das mais
perfeitas caracterizações da personagem.
Bem, com
tantas brechas deixadas por Nolan,
talvez seja fácil retomar o projeto (mais do que isso não posso revelar), mas
não se sabe qual destino terá um dos mais famosos heróis dos quadrinhos,
televisão e cinema.
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