sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CRÍTICA - Temple Grandin

Que bom que você existe, HBO!

Pois é amigos, o mundo pode estar sendo tomado por "ô manolo" e "massa véio" da vida... mas existe uma resistência pro entretenimento inteligente que consegue enxergar por cima do imenso muro de mentalidades neobobices que se nutrem com a internet. Se há na indústria uma preocupação em agradar massas (quantidade significa dinheiro) nivelando por baixo com fórmulas mastigadíssimas, HBO é um oásis onde podemos nos divertir sem sermos ofendidos. As vezes a ousadia se traduz em sexo e violência (que graças a boa maestria da HBO é sempre dentro de um contexto) outras vezes em contar uma história que em tese, teria pouco atrativo. Por exemplo,  o que diabos é Temple Grandin e por que eu pararia pra assistir isso?

Claire Danes (Exterminador do Futro 3) interpreta a história real da autista Temple Grandin. Se de cara você se afasta porque um tema "história real" envolvendo drama e doença é promessa de firulas, exageros, chororôs e acima de tudo um filme chato, tô contigo. E por isso mesmo fiquei fisgado já que o filme passa longe disso. Sim, Temple é autista, sua dificuldade de comunicação é enorme e ela ainda lida com uma coisa do qual eu não tenho a menor afinidade: criação de gados. A direção de Mick Jackson te carrega pela história fazendo uso de gráficos bem simples e dinâmicos pra gente entender como é a visão da Temple.

Os recursos criativos de Micki tornam o filme divertido o tempo todo ao ponto de sua mensagem se revelar verdadeiramente intrigante quando você se dá conta. São o que nós entenderiamos como limites pelo autismo, na verdade avanços da mente de Grandin em abordar problemas de modo impensáveis por nós "normais." A quebra de fórmulas, sua segurança de que estava num caminho certo e seus mecanismos pra conseguir, com muita dificuldade, comunicar e provar sua razão. Temple literalmente revolucionou seu campo de trabalho passando a se tornar referência internacional. Veja bem, não por ser doente e fazer algo trivial supervalorizado por comparação, mas por mudar drasticamente sistemas que tiveram influência econômica direta afetando sabe-se lá quantas vidas. E se isso não é pouco, o autismo a partir de Temple passou a ter uma perspetiva de reinterpretação.

Se o filme tem defeito, eu diria ser a escolha da atriz Claire Danes pelo fato de ser fisicamente, muito diferente da real Temple. Mesmo assim, a interpretação de Claire foi merecida e premiada com o Emmy, assim como o prórpio filme e coadjuvantes Julia Ormond e David Strathairn. A voz reticente, o olhar com foco fugidio marcam o momento como alguém com uma mente como Temple tenta processar o momento de uma vida e sua abrupta interrupção.

Nota: 10 Atmospheras!



11 comentários:

  1. Apesar do enredo parecer clichê deve ser bom mesmo . quero ver a interpretação de Claire que não sei se segura um papel tão difícil .
    http://andyantunes.blogspot.com/

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  2. Wow! Realmente parece ser super interessante. Eu nunca tinha ouvido falar dela..
    Me interessei muito, vou assistir, certeza!

    O trailer me deixou querendo mais.
    Um filme que eu assisti sobre uma autista, mas é claro, não envolve tanta "ação" quanto este é o filme chamado Um Certo Olhar. Não sei se será de seu interesse, mas dê uma olhadinha.

    Abs.

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  3. Concordo com o Andy... a história já esta batida mas quem acaba fazendo a diferença é a atuação dos atores mesmo.

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  4. vou procurar na net
    pq num tenho cabo =]

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  5. Ainda não assisti mas acho que Claire deve dar conta do recado , é um papel difícil de interpretar mas Claire não é novata , na verdade precisava de um papel desses para se firmar como talentosa , louco pra ver o filme .
    http://fleonandthecity.blogspot.com/

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  6. Adoro filmes com histórias reais, parece que você se envolve mais com os personagens e dá mais vontade de ver!

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  7. HBO é um otimo canal mas tenho que admitir que não conhecia esta historia e nem este programa mas tenhoa impressão que não é muito o meu estilo mas verei um dia

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  8. Claire ainda vai levar Oscar. Tenho certeza disso desde o momento em que li DiCaprio dizer que ficara impressionado com sua atuação em "Romeu + Julieta"; quando ele era o maior galãzinho de Hollywood, comentou que Claire o encarava sem desviar o olhar e isso a diferenciava da certa reverência das outras atrizes. Claire encara, e seus olhos expressivíssimos ainda vão papar o carequinha de ouro. Curiosidade: por acaso a personagem em questão foi aquela que inventou a "máquina de abraçar"? Beijos e sucesso!

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  9. V: obrigado pela dica, irei sim assistir "Um Certo Olhar."

    Fernanda: Sim, é a mesma pessoa que inventou a "máquina de abraçar" e isso é mostrado no filme. Abs!

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  10. Agora me diz:

    Pq diabos este filme não saiu em DVD aqui no Brasil?!?!!?

    Já tá respondido: aqui é Brasil...

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